Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio de sua Superintendência em Alagoas, finalizou nesta sexta (14/11) o transporte da Canoa de Tolda Luzitânia da cidade de Traipu para Penedo. A supervisão também foi feita pela superintendência, que contratou a empresa de transporte. Desde a preparação da canoa para o traslado até seu descarregamento no destino, foram dois dias de trabalho delicado. A embarcação agora está em galpão reformado pela prefeitura de Penedo e passará por ações de conservação e preservação, no valor de R$ 500 mil, financiados com recursos do programa Conviver, do Iphan.
“Tomamos o máximo de cuidado. A embarcação pesa aproximadamente sete toneladas. Foi necessário um conjunto expressivo de maquinários, inclusive uma carreta com capacidade de até 18 metros de extensão, batedores, com carro oficial do Iphan e da transportadora, e apoio de prefeituras de Girau do Ponciano e de Penedo para fechamento de trânsito. Houve vários testes iniciais tanto de carregamento quanto de descarregamento até a operação ser inicializada. Enfim, tudo foi feito com muita margem de segurança”, explicou Maicon Marcante, técnico do Iphan que acompanhou todo o trabalho.
As ações de conservação e preservação serão realizadas em parceria entre o Iphan, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a prefeitura de Penedo e a sociedade Canoa de Tolda. Além disso, seguindo a estratégia do programa Conviver, estão previstos documentação, difusão e registro de saberes tradicionais relacionados com a canoa, educação patrimonial.
"O Programa Conviver, em sua primeira Fase em Penedo, vai se dedicar à relação da comunidade com o Rio São Francisco por meio da Canoa de Tolda e outras embarcações tradicionais. Mais adiante, passará a se dedicar também à relação das pessoas com o Centro Histórico tombado de Penedo, por meio de ações de assistência e assessoria técnica gratuita à conservação do patrimônio edificado, especialmente ás habitações de interesse social. Na área tombada de Penedo, segundo nossos estudos, cerca de 70% das familias possuem renda de até três salários mínimos.", explica Paulo Farsette, Coordenador-Geral de Conservação do Iphan.
“A tarefa é devolver simbolicamente e culturalmente a embarcação para a população do Baixo São Francisco após todos esses anos. O Termo de Execução Descentralizada com a UFAL já está vigente. O galpão foi adaptado com recursos do Iphan e da prefeitura de Penedo para a execução do trabalho pela universidade. É uma ação de médio prazo, de dois a três anos.”, completou Maicon Marcante.
