Gente, comecemos com o seguinte: propina tem duas mãos – a que paga e a que recebe.

Se o empresário Diogo Andrade Romão foi preso pela PF com R$ 270 mil em espécie, dinheiro destinado à propina, na prefeitura de Murici, isso exige informações complementares para que não se cometa injustiça  no julgamento popular - se for o caso.

Até porque a informações oficiais dão conta de que “anotações sugerem registros de possíveis repasses irregulares envolvendo agentes públicos”.

O que é isso?

Havia um “negócio” em curso com “premiações heterodoxas”, beneficiando servidores, graduados ou não, como se pode entender?

Se, ao contrário, o flagrante foi feito graças à denúncia de uma autoridade do município, que isso seja dito. Não sendo o caso, a gravidade é ainda maior.

Deixo claro que essas indagações são as mesmas que ouço desde ontem de leitores e colegas, ainda que não publicizadas.

É importante entender que Murici não é apenas uma das cidades mais pobres de Alagoas e do Brasil. 

É, simplesmente, o município que o clã Calheiros, conhecido nacionalmente, governa desde os tempos dos sumérios. 

Quanto à PF, repito, é a nossa melhor e mais qualificada instituição policial, e até por isso é xingada e odiada por gente poderosa, que não se conforma com sua independência e profissionalismo. 

Aos fatos, aos fatos.