De novo, e mais uma vez, os funcionários do Hospital Veredas voltam às ruas protestando contra o não recebimento dos seus salários, um direito humano fundamental.

É tocante o sofrimento e a humilhação que sofrem, repetidamente, trabalhadores que se veem obrigados a queimar a sola dos sapatos no asfalto quente da Fernandes Lima para que as pessoas lembrem de que dentro do hospital tem gente que faz da vida alheia o interesse e o objetivo de sua vida, adoecendo sem a contrapartida universalmente conhecida como “salário”.

Essse é o pequeno e repetido escândalo a que já nos acostumamos e até normalizamos.

A grande tragédia, talvez não tão visível, mas com efeitos mais amplos e devastadores, diz respeito à incapacidade do Estado - e suas instituições – de proteger aqueles e aquelas que já não têm mais a quem apelar.

O ritmo da fome e da humilhação não é alcançado pelas autoridades – de todos os poderes – que teriam por obrigação fazer valer aquilo que chamamos minimamente de Justiça. 

Em regra, servidores que são até bem remunerados, na comparação com a média dos trabalhadores brasileiros, mas que vivem a sua própria bolha e preocupações.

Os trabalhadores e trabalhadoras do Veredas já devem saber que só podem contar com eles próprios.