A madrugada desta segunda-feira (10) foi marcada por um episódio de violência na Aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios, agreste alagoano. A escola indígena que atende crianças e adolescentes da etnia Xucuru-Kariri amanheceu com marcas de tiros em portões e paredes. Ninguém ficou ferido, mas o ataque provocou medo e indignação entre os moradores.
Os disparos foram percebidos logo cedo, quando moradores chegaram à instituição e encontraram os estilhaços de bala. A denúncia foi levada ao ar por Cássio Júnior, indígena e ex-secretário de Cultura do município, durante um programa de rádio local.
Para as lideranças da aldeia, o ataque é mais do que vandalismo: representa uma tentativa de intimidação à comunidade, que enfrenta um momento delicado por causa do processo de demarcação da Terra Indígena Xucuru-Kariri — tema que vem sendo acompanhado pela Justiça Federal e pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O coordenador regional da Funai, Cícero Albuquerque, confirmou que o caso foi comunicado à sede do órgão em Brasília, ao Ministério dos Povos Indígenas e à Polícia Federal, responsável pela investigação. Ele classificou o ocorrido como “uma ameaça direta ao povo indígena da região”.
Um boletim de ocorrência foi registrado e o episódio foi oficialmente tratado como atentado contra a comunidade Xucuru-Kariri. A Polícia Civil deve abrir inquérito para apurar os fatos. Até o momento, não há informações sobre os responsáveis, nem pronunciamentos da Prefeitura de Palmeira dos Índios, da Secretaria Municipal de Educação ou da própria Funai.










