O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), chamou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), de “paspalhão” neste sábado, 8, durante a 56ª Convenção da Confederação Israelita do Brasil (Conib), em São Paulo.
A resposta veio horas depois de Boulos afirmar que o governador “prefere fazer demagogia com sangue”.
“Esse é um paspalhão. Vamos embora, próximo”, disse Castro a jornalistas. O embate ocorre em meio à repercussão da megaoperação policial no Rio, deflagrada no fim de outubro, que deixou 121 mortos.
Castro defendeu a operação e disse que ela marca o início de um “movimento” contra o crime organizado.
“O que aconteceu no Rio foi o início de um movimento. Um movimento onde os cidadãos desse Estado e do Brasil todo não aguentam mais essa criminalidade”, afirmou.
Declaração de Boulos
Mais cedo, durante o lançamento do programa Governo na Rua, no Morro da Lua, zona sul de São Paulo, Boulos acusou os governadores do Rio e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de promoverem políticas de segurança baseadas em repressão.
“O governador do Rio prefere fazer demagogia com sangue, tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido. Aliás, essa é a mesma visão do governador Tarcísio de Freitas e de muitos governadores bolsonaristas”, disse o ministro.
Durante o evento em São Paulo, Boulos também rebateu críticas de que o governo teria perdido contato com as periferias.
“A esquerda não perdeu conexão com a sociedade, tanto é que ganhou a última eleição com o presidente Lula com votos populares. Ele ganhou com ampla margem entre quem ganha até dois salários mínimos, que é o povo das periferias”, acrescentou.
Castro garante legitimidade de operação
O governo do Rio de Janeiro protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) a defesa da legalidade da Operação Contenção, conduzida em 28 de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão.
A justificativa foi endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, que atua temporariamente como relator da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas.
No documento, assinado pelo governador Cláudio Castro, o estado alega que a intervenção foi realizada “dentro dos parâmetros legais e constitucionais”, e que o “uso proporcional da força” era indispensável devido à ameaça imposta pela facção criminosa Comando Vermelho, em ação que resultou na morte de, pelo menos, 121 pessoas, entre as quais, 4 policiais.
Apesar das garantias de controle, um inquérito foi instaurado para investigar a remoção de corpos do local antes da chegada da perícia. O fato teria prejudicado a preservação do local da ocorrência.
O ministro Alexandre de Moraes, que se reuniu com Castro e outras autoridades para ouvir os esclarecimentos, determinou medidas rigorosas.
Atendendo a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU), Moraes ordenou a preservação e a documentação completa de todos os elementos relacionados à operação. O despacho estipulou, ainda, a conservação das perícias e a manutenção das respectivas cadeias de custódia.Leia também: Moraes exige esclarecimentos de Cláudio Castro sobre operação no Rio










