O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (4), a criação de uma política de cotas para pessoas transexuais nos cursos de graduação. 

Para colocar a política em prática, o Consuni criou uma comissão coordenada pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), responsável por elaborar a Política de Cotas Trans e enviar ao Ministério da Educação (MEC), até o fim de novembro, a documentação necessária para a reserva de vagas no Sisu-Ufal 2026.

O grupo será formado por representantes da Pró-reitoria Estudantil (Proest), da Copeve, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) e de membros do próprio Consuni. A comissão também discutirá estratégias de acesso e permanência para estudantes trans na universidade.

Após a votação, o reitor Josealdo Tonholo afirmou que a decisão representa um avanço institucional. “A Ufal dá um salto histórico. Muito obrigado pelo carinho de todos vocês com essa pauta, que é a todos nós muito cara”, declarou.

O representante discente Malê Feijó, pessoa trans não binária, ressaltou o caráter histórico da medida. “Hoje damos um passo gigantesco na história da Universidade. A Ufal vai, sim, ‘transicionar’ e se tornar cada vez mais diversa e inclusiva”, disse.

O pró-reitor Alexandre Lima lembrou que cerca de 20 universidades brasileiras já adotam cotas para pessoas trans e destacou a necessidade de garantir não apenas o ingresso, mas também a permanência qualificada desses estudantes: “É essencial a participação da Pró-reitoria Estudantil para fortalecer essa política”.