O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Vagner Paes, informou nesta segunda-feira (3), por meio de sua assessoria de Comunicação, que a Ordem está acompanhando o caso de um menino autista, de 7 anos, que foi agredido por uma terapeuta ocupacional dentro de uma clínica, em Maceió. 

Vagner Paes recebeu a mãe da criança na sexta-feira (31), acompanhada do advogado, Marcelo Madeiro. Ela relatou que, no dia 17 de setembro, o filho dela, ao sair das terapias, às 17h, contou que a ‘tia’ que o atendeu às 15h havia sido má com ele.

“Eu perguntei como foi e ele disse que ela puxou os cabelos dele diversas vezes e que ele tinha chorado muito”, afirmou.

No dia seguinte, a mãe solicitou às donas da clínica as imagens das câmeras, para verificar o que teria ocorrido. No dia 19, ela foi chamada para, acompanhada de uma psicóloga, assistir a um vídeo com duração de 6 minutos no qual a terapeuta puxava os cabelos do filho dela.

“Ele tentava sair e ela puxava de um lado, soltava e puxava do outro. Foram vários puxões. Ele gritava me socorre, me ajuda”, falou a mãe, que disse ter ouvido os gritos no dia em que o caso ocorreu, mas a recepcionista foi lá e a informação da terapeuta foi que o menino havia puxado os cabelos dela, mas que já estava tudo resolvido.

Após o episódio, a profissional de TO foi afastada da clínica. A mãe da criança, por outro lado, denunciou o caso, por e-mail, junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito). Também fez o registro de um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente.

O garoto, de 7 anos e diagnosticado com autismo suporte 2, após o episódio, passou a ter pesadelos e apresentou regressão na escola. Também foi preciso traçar outro plano terapêutico com o objetivo de restaurar o vínculo dele com a clínica – onde ele é acompanhado há quase três anos – e os terapeutas, de forma que ele possa se sentir confiante e voltar a aceitar a terapia, tão necessária para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Já a mãe ficou sem dormir por mais de uma semana e foi afastada do trabalho por estresse pós-traumático.

De acordo com o presidente da OAB/AL, Vagner Paes, a Ordem estará acompanhando o caso para cobrar as medidas cabíveis. “Não vamos permitir que esses casos aconteçam e iremos adotar medidas rigorosas para que sejam apurados esses fatos e os responsáveis sejam devidamente processados na forma da lei, assegurando a ampla defesa e o contraditório”, afirmou.

O advogado Marcelo Madeiro, que acompanha a vítima, agradeceu pelo apoio da OAB/AL no sentido de buscar mais celeridade na solução do caso. “Viemos pedir a ajuda da instituição, que sempre nos recebeu de portas abertas, para que realmente tenhamos uma celeridade maior pela delegacia, pelo MP e pelas autoridades”, falou.

As imagens que comprovam a agressão sofrida pela criança já foram encaminhadas para a delegada que investiga o caso.

 

*Com Ascom OAB-AL