O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal) denunciou, no último sábado (25), a situação de superlotação e as condições precárias de trabalho e atendimento na Maternidade Santa Mônica, em Maceió.
Segundo a entidade, pacientes aguardam leitos nos corredores e os profissionais enfrentam sobrecarga, falta de materiais básicos e até a presença de escorpiões dentro da unidade de saúde.
Por meio das redes sociais, o Sineal relatou que o cenário de superlotação tem se tornado rotina na maternidade. “Precisamos de dignidade e investimento na saúde das mulheres e dos profissionais. Pedimos providências urgentes aos órgãos competentes”, publicou o sindicato.
Em um vídeo divulgado no perfil oficial do Sineal, a diretora da entidade, Renilda Barreto, afirmou que a situação é antiga, mas tem se agravado.
“Há camas nos corredores sendo usadas como leitos fixos, onde pacientes permanecem diariamente. A enfermagem adoece com isso. Os profissionais estão sobrecarregados e não aguentam mais”, declarou.
Renilda também destacou a falta de insumos e de itens básicos de higiene. “Faltam papel higiênico, toalhas para a limpeza das mãos e até materiais como esparadrapo, que muitos enfermeiros estão comprando com recursos próprios. Isso revela uma grave falha na gestão pública”, disse.
Ainda segundo o sindicato, foram registrados três casos de escorpiões encontrados dentro da unidade, um deles na sala das enfermeiras, onde quase ocorreu um acidente. Além disso, há relatos de acúmulo de copos descartáveis, grades enferrujadas e teto em condições precárias.
O Sineal reforçou o apelo por providências imediatas. “Não é compreensível que um hospital de alto risco funcione nessas condições, com mulheres amontoadas em cubículos aguardando leitos. Pedimos atenção dos órgãos competentes para garantir condições dignas de trabalho e atendimento humanizado às mulheres que vêm aqui para parir”, concluiu a diretora.
Em resposta às denúncias de superlotação, a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), responsável pela administração da Santa Mônica, enviou nota ao portal CadaMinuto reconhecendo a situação de superlotação e apresentando esclarecimentos sobre as causas e medidas adotadas.
Confira a nota na íntegra:
A Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) informa que nesta quarta-feira (22) está enfrentando um quadro de superlotação, com número acima da capacidade ideal de pacientes internadas, que é de 40 leitos para gestantes e puérperas, e 10 leitos de pré-parto. Nesta data a maternidade está com 15 pacientes internas acima da capacidade.
A Maternidade é referência estadual no atendimento a gestantes e recém-nascidos de alto risco, encaminhados de diversos municípios alagoanos, por isso, ocasionalmente, ocorrem situação de superlotação. Vale destacar que, por se tratar de casos que exigem cuidados especializados e contínuos, o tempo médio de internação é maior do que em maternidades de risco habitual, o que torna a rotatividade mais lenta.
A Direção ressalta que a Maternidade não pode e não deve fechar suas portas à alta demanda, uma vez que as gestantes encaminhadas ao local pelas unidades necessitam de assistência imediata e segura, por serem casos de risco elevado, que demandam estrutura e equipe específicas.
A direção reforça que a solução definitiva para as situações de superlotação passa pelo fortalecimento da rede de atenção obstétrica, que é responsabilidade dos municípios, com o funcionamento efetivo do pré-natal, principalmente na prevenção e controle das síndromes hipertensivas, das diabetes descompensadas e na realização dos exames de rotina, que devem ser solicitados e garantidos às gestantes em tempo hábil para intervenções oportunas.
*Estagiário sob supervisão da editoria









