A tentativa de transformar um investimento legítimo em escândalo durou pouco. Em menos de 24 horas, a Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, responsável pela escrituração das cotas do Galo Forte FIP, confirmou oficialmente à IstoÉ Dinheiro que o fundo de R$ 300 milhões vinculado ao empresário Daniel Vorcaro e à SAF do Atlético-MG é plenamente legal, regular e auditado.

A nota, divulgada nesta sexta-feira (17), afirma que o Galo Forte FIP é regularmente constituído, com todas as obrigações regulatórias em dia, e que Daniel Vorcaro é o único titular das cotas, como pessoa física. O esclarecimento veio após um portal publicar informações falsas sugerindo ligações do fundo com organizações criminosas, como o PCC — o que foi categórica e oficialmente desmentido.

A Trustee foi direta: o fundo não possui qualquer vínculo com pessoas, empresas ou estruturas investigadas, e sua constituição está em conformidade com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “O Galo Forte FIP é um veículo constituído e regular perante a CVM. O clube não tem conhecimento de quaisquer irregularidades”, declarou também o Atlético-MG, em nota à imprensa.

O Banco Master, do qual Daniel Vorcaro é o principal acionista, reforçou o posicionamento em comunicado próprio, lembrando que o fundo e sua estrutura de capital foram amplamente analisados por órgãos públicos, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“O fundo Galo Forte FIP é de propriedade de Daniel Vorcaro, pessoa física, informação pública e amplamente divulgada, inclusive após análise do Cade”, destacou o banco.

 

FAKE NEWS E REPORTAGENS SEM PROVAS

A suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), ventilada em reportagens sem provas, foi classificada por fontes do mercado financeiro como “absurda e irresponsável”. Documentos oficiais mostram que o fundo é auditado, rastreável e legalmente estruturado, sem qualquer conexão com esquemas ilícitos.

O episódio ilustra como uma fake news pode se espalhar rapidamente e gerar danos de reputação em poucas horas, mesmo diante de registros oficiais e fiscalização constante. O boato começou em sites menores e se espalhou nas redes, antes de ser desmentido por notas oficiais, registros públicos e verificações jornalísticas de veículos de grande porte.

O Galo Forte FIP foi criado como veículo de investimento para a aquisição de 26,9% da Galo Holding S.A., controladora da SAF do Atlético-MG. O restante das ações pertence a Rubens e Rafael Menin (55,7%), Ricardo Guimarães (8,4%) e ao FIGA — Fundo de Investimento do Galo (9%), formado por torcedores e empresários.

Com as confirmações da Trustee, do Atlético-MG, do Banco Master e da CVM, o caso foi definitivamente encerrado: não há qualquer irregularidade, nem relação com organizações criminosas. O fundo é legal, auditado e transparente — e a verdade, neste caso, venceu mais rápido que a mentira.