O novo formato de relação política entre o governo Lula e a Câmara dos Deputados será comandada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).  

Mas para que ele possa mediar as negociações por cargos com o Centrão será preciso desfazer os acordos de distribuição de espaços ocorridos ainda na gestão de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Casa.

A reorganização da base do governo dará poder de negociação ao paraibano, que reclamava de sua limitada capacidade de influenciar os deputados nas votações.

A remontagem já foi iniciada com exonerações de indicados por ex-aliados após a derrota na semana passada na tramitação da MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O pente-fino agora está sendo passado num importante espaço comandado pelo Centrão: a Caixa. Poucos vice-presidentes vão sobreviver.

Aliados do presidente Lula o pressionaram para que Arthur Lira tivesse seus apadrinhados demitidos porque o parlamentar se ausentou da votação da MP.

Mas o fato de ter se ausentado, mesmo com o seu partido, o PP, orientando voto contra, pesa a favor do alagoano por não ter seguido a orientação da legenda.

Por isso, o presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado por Arthur Lira, não será trocado. Ele também não deverá perder as demais indicações no governo petista.