O vereador Rui Palmeira (PSD) voltou a criticar as aplicações feitas pelo Instituto de Previdência dos Servidores de Maceió (Iprev) em fundos de investimento do Banco Master, no valor de R$ 117 milhões. A movimentação, autorizada pelo prefeito João Henrique Caldas, JHC (PL), é considerada de alto risco por parlamentares da Câmara Municipal.
O debate retornou à Casa durante a sessão na tarde desta terça-feira (14), após Palmeira acusar a instituição de seguir orientações da empresa Crédito e Mercado Consultoria de Investimento para aplicação em letras financeiras do Banco Master. Segundo o vereador, a consultoria está sendo investigada pela Polícia Federal por envolvimento em um rombo de R$ 400 milhões no Instituto de Previdência da Prefeitura de Campos dos Goytacazes (PreviCampos).
Documentos apresentados por Palmeira apontam que, na ata da reunião que ratificou a transferência para R$ 117 milhões ao Banco Master, consta a participação de Renan Calamia, representante da Crédito e Mercado. A consultoria está envolvida na Operação Rebote, que em 2023 investigou prejuízos a fundos de previdência municipais em diversos estados.
“Estamos tratando de investimentos significativos de R$ 117 milhões aplicados no Banco Master e R$ 51 milhões no fundo Nest Eagle, criado em 2024, com capital total de R$ 170 milhões, ou seja, cerca de 30% do fundo foi aportado pelo Iprev. O Instituto já admite a possibilidade de futuro prejuízo e afirma que, se ocorrer, adotará medidas legais cabíveis para análise de responsabilidade e ressarcimento. Mas quem seriam essas “partes” responsáveis?”, diz Rui Palmeira
Em contraponto à denúncia, o vereador Kelmann Vieira (MDB) defendeu JHC, afirmando que os investimentos seguiram parâmetros legais e visam uma rentabilidade responsável. No entanto, apesar da defesa, Vieira não explicou por que o Iprev aplicou recursos dos servidores em papéis sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) — mecanismo que protege aplicações em caso de quebra do banco.
“Vale lembrar que todas as informações sobre o Banco Master foram desmentidas: o banco aumentou seu capital recentemente e segue com seus negócios regulares, negociando ativos e honrando compromissos. É essencial que as informações sejam verificadas com cautela e que as autoridades competentes, como o Iprev e a Secretaria da Fazenda, esclareçam de forma transparente qualquer dúvida, garantindo segurança e confiança aos aposentados e pensionistas”, defendeu Kelmman Vieira.
Diante do cenário, Rui Palmeira retomou as denúncias sobre a falta de transparência, tendo se manifestado por último em 18 de agosto nas redes sociais, e já havia encaminhado o caso ao Ministério Público para que fossem apuradas as aplicações do Iprev.