O consumo de bebidas destiladas adulteradas com metanol representa um risco grave à saúde, alertou nesta quinta-feira (09) a engenheira química e doutora em Química, Jailma Barros, durante participação no programa Cidadã Informal, da Rádio Senado Cidadã.

Segundo a especialista, pequenas quantidades de metanol, de 5 a 100 ml, podem ser suficientes para provocar intoxicação severa e até levar à morte. “O metanol é extremamente perigoso. Não só ingerir, mas até inalar seus vapores em altas concentrações pode ser fatal”, afirmou Jailma.

Durante a entrevista, conduzida pelos jornalistas Valtenor Leoncio e Geraldo Câmara, a especialista explicou que a detecção do metanol em bebidas exige análises laboratoriais específicas e que os resultados podem demorar devido a questões burocráticas e à necessidade de confirmação. Ela destacou que a demora na análise não diminui a gravidade do problema, que afeta consumidores e estabelecimentos honestos. 

“Muitos bares e restaurantes sérios têm se preocupado em garantir a procedência das bebidas, adquirindo diretamente das fábricas e exibindo certificados de qualidade”, explicou.

Jailma Barros também abordou o uso legal do metanol na indústria, como combustível de aviação, anticongelante e solvente em laboratórios. Ela ressaltou que a compra e o armazenamento desse produto são controlados pela Polícia Federal, o que torna a sua presença em bebidas adulteradas um indicativo de falsificação criminosa. 

“Não é um produto que você encontra facilmente para comprar em qualquer lugar. Quem o manipula precisa ter conhecimento técnico para evitar riscos à própria vida”, reforçou.

Sobre formas de prevenção, a especialista citou uma tecnologia desenvolvida pela Universidade Estadual da Paraíba, que permite a detecção rápida de metanol em bebidas por meio de um canudo que muda de cor caso a substância esteja presente. “Essa inovação poderá ser utilizada futuramente em bares e restaurantes para aumentar a segurança dos consumidores”, disse.

Ao final, Jailma enfatizou que a principal medida de proteção continua sendo a conscientização do público. “Verifique sempre a procedência da bebida, confira rótulos e certificados. Evite consumir produtos de fontes desconhecidas. A prevenção salva vidas”, alertou.