A Câmara de Maceió realiza, nesta sexta-feira (10), uma audiência pública para discutir os impactos da Parceria Público-Privada (PPP) que vai transformar o Centro da capital em um polo administrativo. O debate, proposto pelo vereador Allan Pierre (MDB), reunirá representantes do poder público, sociedade civil, comerciantes e especialistas para avaliar os efeitos sociais, econômicos e urbanos do projeto.
Formalizada em janeiro deste ano, a PPP foi definida por meio de leilão na B3, em São Paulo, e firmada em parceria com a Prefeitura de Maceió. O contrato, estimado em R$ 727 milhões ao longo de 30 anos, prevê R$ 197 milhões em investimentos diretos (Capex) e R$ 530 milhões em manutenção e operação (Opex).
O consórcio vencedor, formado pelas empresas Engemat – Engenharia de Materiais Ltda. e Telesil Engenharia, será responsável pela gestão, operação e manutenção de três prédios históricos: Palmares, IAPTEC e Ary Pitombo.
O Complexo Administrativo Municipal faz parte do programa Novo Centro, lançado pelo prefeito JHC (PL), que reúne ações de revitalização urbana, habitação e estímulo a novos negócios na região central. A estrutura vai concentrar mais de 15 secretarias e órgãos municipais atualmente dispersos em imóveis alugados, abrigando cerca de 1.460 servidores e atendendo 864 pessoas por dia.
De acordo com a prefeitura, a centralização dos serviços públicos permitirá economia de R$ 990 mil por mês, o que representa uma redução de gastos de aproximadamente R$ 332 milhões em 28 anos. Atualmente, a operação descentralizada custa R$ 3,45 milhões mensais, valor que cairá para R$ 2,46 milhões com o novo complexo.
O projeto também incorpora princípios de sustentabilidade e inovação tecnológica, com energia solar, captação de água da chuva, fachadas verdes e layout em open space. Segundo JHC, a requalificação tem valor simbólico para a cidade.
“Estes prédios simbolizavam o abandono do nosso Centro. Hoje iniciamos uma nova fase, é uma página virada. Se conseguimos recuperar esses prédios, conseguimos recuperar o Centro. Tudo isso faz parte do pacto social que firmamos pela nossa cidade”, afirmou o prefeito ao assinar a Ordem de Serviço, no último dia 2.
Durante a audiência, Allan Pierre também pretende discutir os impactos habitacionais, turísticos e de mobilidade urbana do empreendimento, além de sua integração com outras obras públicas, como o Renasce Salgadinho e as intervenções na Praia da Avenida e Rua Buarque de Macedo.