A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Aially Soares Tavares Pinto Xavier, esposa do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PCAL), Gustavo Xavier, durante a operação Última Fase, que investiga um esquema nacional de fraudes em concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024. A informação foi divulgada nesta terça-feira (07) pelo Metrópoles. 

Segundo a PF, Aially é suspeita de ter sido beneficiada pelo grupo criminoso ao prestar o CNU para o cargo de auditor fiscal do trabalho. A investigação identificou que o gabarito da candidata é idêntico ao de outros participantes apontados como integrantes do esquema de fraude. A polícia aponta “indícios fortes” de que uma organização altamente estruturada tenha atuado para beneficiar candidatos mediante pagamento.

Os investigadores analisaram o padrão das provas e verificaram que, apesar da existência de diferentes cadernos e ordens de questões, alguns candidatos apresentaram respostas idênticas — inclusive os mesmos erros, o que reforça a suspeita de manipulação do resultado.

A operação da PF, deflagrada na última quinta-feira (2), cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e resultou em três prisões preventivas nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Além do CNU, o inquérito apura fraudes em concursos da Polícia Civil de Alagoas, Polícia Civil de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Durante a busca na casa do casal, nenhum material que comprovasse participação direta de Aially foi encontrado, segundo a própria PF. Ainda assim, o nome da candidata foi incluído no pedido de mandado após a Fundação Cesgranrio, organizadora do CNU, confirmar a coincidência total do gabarito dela com o de outros investigados.

Em nota ao Metrópoles, a defesa de Aially afirmou que “não há prova ou materialidade nas supostas irregularidades” e considerou “natural” a existência de gabaritos semelhantes em um concurso de grande porte. A defesa também questionou o fato de a ordem de busca ter sido expedida por um delegado da Paraíba, “mesmo Aially residindo em Alagoas”. O delegado-geral Gustavo Xavier foi procurado pela imprensa, mas não se pronunciou sobre o caso.

 

 

*Com Metrópoles