O deputado federal Marx Beltrão (PP-AL) defendeu, nesta segunda-feira (6), que bancos e empresas de apostas eletrônicas (bets) contribuam com uma maior carga tributária para compensar a perda de arrecadação decorrente da ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR).

A proposta de maior taxação de bancos e de bets, defendida por Beltrão, tem como objetivo garantir que o governo compense os valores que deixará de arrecadar com a isenção do IR, assegurando que a classe trabalhadora — hoje pagante do tributo — se livre desse encargo. A medida está prevista no projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados, na semana passada, com voto favorável de Beltrão.

O parlamentar lembrou que sempre defendeu a isenção do IR para todos os trabalhadores com renda de até R$ 5 mil mensais, por considerar essa medida uma forma de promover justiça social e aliviar o peso tributário sobre a classe média e os assalariados. Segundo ele, a população que ganha menos é a que mais sofre com o aumento do custo de vida e, por isso, o Estado precisa buscar maior equilíbrio no sistema tributário.

“Sempre defendi que quem ganha até R$ 5 mil não deve pagar Imposto de Renda. Essa é uma pauta de justiça fiscal e de respeito ao trabalhador brasileiro. Por isso, o governo precisa buscar alternativas responsáveis para compensar a isenção — e isso deve ser feito cobrando mais de quem pode contribuir mais: os bancos e as bets. Bancos e bets ganham fortunas diariamente em nosso país e, por isso, podem e devem contribuir mais com o Brasil”, afirmou o deputado.

Beltrão ressaltou que não é justo transferir essa compensação para o setor produtivo e para as empresas brasileiras, uma vez que o aumento de impostos sobre as companhias acaba refletindo nos preços pagos pelo consumidor.

“Todas as vezes que as grandes empresas têm seus impostos aumentados, elas acabam necessitando repassar esse custo ao consumidor, elevando o valor dos produtos e serviços. Por isso, é fundamental termos cuidado com essa narrativa de aumentar impostos sobre quem gera emprego e renda”, alertou.

Para o parlamentar alagoano, bancos e empresas de apostas eletrônicas possuem alta lucratividade e baixo impacto na geração de empregos diretos, o que torna esses setores mais adequados para suportar parte do esforço de compensação fiscal. Ele destacou ainda que o crescimento das plataformas de apostas no Brasil abre espaço para um modelo mais equilibrado de arrecadação, com regras claras e contribuição justa ao país.

“O setor financeiro e as plataformas de apostas movimentam e lucram bilhões todos os meses. É justo que contribuam mais com o Estado brasileiro, ajudando a sustentar medidas que beneficiam milhões de famílias, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil”, completou Beltrão.

O deputado afirmou que continuará dialogando com o governo e com as lideranças partidárias para construir um modelo de tributação mais progressivo, equilibrado e socialmente justo, que estimule o crescimento econômico sem penalizar quem produz e trabalha.

“Precisamos de um sistema tributário que incentive o desenvolvimento e seja justo com o povo. Não é aumentando impostos de quem produz que vamos fazer o Brasil crescer, mas garantindo que todos contribuam na medida de sua capacidade”, concluiu.