Nesta quarta-feira (24), a Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), fundada em 1981, celebra 44 anos de história e contribuição à arte contemporânea e popular do estado. Ao longo das quatro décadas de existência, foi palco das mais diversas técnicas e expressões artísticas. De personagens da cultura alagoana, passando por expoentes nacionais, a “Pina Ufal”, como é carinhosamente chamada, montou um acervo com trabalhos que refletem a alma criativa de seus autores.
Dentre esses artistas, estão Rogerio Gomes, Bárbara Lessa, Eva Le Campion, Delson Uchôa, Lula Nogueira, Marcos Aurélio, Rosa Maria Piatti, Reinaldo Lessa, Rosivaldo Reis, Martha Araújo, entre outros.
Inicialmente, o local estava abrigado no subsolo do Museu Théo Brandão. Até que, em 1988, mudou-se para onde hoje encontra-se, no Espaço Cultural Universitário, na Praça Sinimbú, no Centro de Maceió.
Um espaço universitário em contato com a sociedade
Embora inserida no âmbito universitário, ligada à Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexct), a “Pina Ufal”, sempre esteve aberta a todos os públicos, provenientes ou não do meio acadêmico. Exemplo desse contato com a sociedade alagoana ocorreu recentemente. Em setembro, também em parceria com o Museu Théo Brandão (MTB), ocorreu a primeira edição da Semana de Design (Sede). No evento gratuito e aberto, foram realizadas oficinas, exposições e palestras, abordando múltiplas vertentes artísticas, como cinema, moda e comunicação.
Victor Sarmento, diretor da Pinacoteca, ressalta a importância de momentos assim, em que há proximidade com o público externo: “Como nós somos o único museu de arte contemporânea aqui de Alagoas, é nosso papel incentivarmos esse contato, essa troca. Não somente com os artistas, também com público em geral. Incentivar que os jovens, novos artistas, nasçam, surjam e cresçam, vindos da Universidade ou não”, disse ele.
O anseio do retorno ao público
Fechada há seis anos, a Pina Ufal vive a expectativa de voltar a receber a visita do público. O diretor comenta sobre o atual momento: “A Pinacoteca estar fechada é um marco triste, especialmente para a cultura alagoana e a arte contemporânea. Fica aí uma lacuna gigantesca”, falou. A previsão de reabertura, segundo informou o diretor, é que, no fim do ano, tudo esteja pronto. “Dezembro é a nossa ideia que ela reabra e que a gente consiga movimentar esse nicho da arte contemporânea, trazendo novos artistas, contemplando artistas consolidados e expondo parte do nosso acervo”, ressaltou.
O primeiro passo da nova fase será dado na Bienal do Livro de Alagoas, o principal evento literário do estado. Do dia 31 de outubro a 9 de novembro, a Pinacoteca da Ufal levará a exposição de Jhonyson Nobre e Gleyson Borges, dois artistas alagoanos. “Essa é a proposta da Pinacoteca para a Bienal desse ano. Trazer jovens artistas negros que são de alto nível, que tem um potencial gigantesco para apresentar ao público da Bienal e o público alagoano”, destacou Victor.
Por fim, o diretor aponta o aniversário de 44 anos como um ponto de virada na Pinacoteca, inserida nos preparativos da reabertura e das transformações que isso acarreta para o futuro: “houve toda uma mudança de posicionamento, uma identidade visual nova. Essa reabertura serve também como marco do surgimento da nova Pinacoteca. Ela vem com a nova cara, para trazer um ar mais contemporâneo e conectar mais com a juventude e com o pessoal das artes”, finalizou.