Um grave erro cometido pelo Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro gerou ainda mais dor à família da alagoana Andréa Catharina Freitas Andrade Tenório, de 49 anos, vítima de um acidente fatal na rodovia Rio-Santos, em Mangaratiba (RJ), no último dia 12. O corpo dela, que deveria ter sido sepultado em Maceió, foi trocado com o de outra mulher, vítima do mesmo acidente, a carioca Angélica de Oliveira Marcelo Farias, de 39 anos, e acabou sendo enterrado no estado fluminense por engano.
O acidente ocorreu no km 452 da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), quando o carro em que Andréa e o marido, o policial militar aposentado José Carlos da Silva, trafegavam colidiu frontalmente com outro veículo conduzido por Angélica. A colisão foi tão violenta que os três morreram na hora; o carro de Angélica chegou a pegar fogo após o impacto.
Os corpos foram levados ao IML de Angra dos Reis, onde teria ocorrido a troca. Segundo relatos da família, o caixão com o corpo que deveria ser de Andréa chegou a Maceió na tarde de domingo (14). No entanto, ao ser aberto na funerária, um dos familiares percebeu que aquele não era o corpo da irmã.
Desconfiado, o parente — que veio dos Estados Unidos para acompanhar o sepultamento — buscou fotos da outra vítima nas redes sociais e confirmou a suspeita: o corpo enviado a Maceió era o de Angélica.
Corpo já tinha sido sepultado no RJ
Após a descoberta, a família de Andréa entrou em contato com os parentes de Angélica, no Rio de Janeiro, e recebeu a notícia de que o corpo da alagoana já havia sido sepultado no lugar de Angélica.
Os família alagoana registrou um boletim de ocorrência, entrou em contato com o IML e acionou a Justiça fluminense para pedir a exumação do corpo enterrado por engano. O Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro já teria reconhecido o erro, assim como o delegado responsável pelo caso. No entanto, até o momento, a família afirma que a Justiça ainda não autorizou a exumação e a repatriação do corpo de Andréa.
Quem era Andréa?
Nascida no Rio de Janeiro, Andréa se mudou para Alagoas ainda bebê, quando tinha apenas 1 ano de idade. Ela viveu praticamente toda a sua vida no Nordeste. Mãe de dois filhos, de 21 e 19 anos, Andrea havia decidido voltar a morar no estado fluminense há cerca de um ano, junto com o companheiro. O casal planejava uma nova vida em Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, quando a tragédia aconteceu.
Com o velório interrompido e a dor da perda agravada pela burocracia, os familiares realizaram a missa de 7º dia sem sequer saber quando o corpo de Andréa poderá, enfim, retornar a Maceió para ser sepultado.
A reportagem tentou contato com o IML do Rio de Janeiro, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.
Confira abaixo o convite para a Missa de Sétimo Dia de Andréa e uma Nota de Pesar da outra vítima do acidente, Angélica:

