O assassinato de Charlie Kirk – ativista americano conservador – não pode ser visto como um ato isolado, cometido por um indivíduo perturbado ou criado em um ambiente hostil. É consequência de um processo histórico e cultural de radicalização ideológica que vem sendo construído há séculos e que hoje encontrou no chamado fundamentalismo woke a sua expressão mais violenta, em nome da suposta defesa das minorias – os novos proletários do século XXI. Afinal, eles, os proletários, descobriram que as trocas voluntárias de bens e serviços proporcionam dignidade a todos – quando o Estado, obviamente, não atrapalha quem quer trabalhar, inovar e consumir.

 

Essa trajetória começa ainda no século XVIII, quando Rousseau introduziu a ideia de que o homem é naturalmente bom e que a sociedade o corrompe. Essa visão ingênua abriu caminho para a lógica de que todo mal vem das “estruturas” e não das escolhas individuais. Marx, no século XIX, pegou essa semente e transformou-a em arma de guerra, construindo o discurso da luta de classes, no qual a sociedade seria dividida entre exploradores e explorados. A ideia central era simples: não há diálogo, apenas combate. Como ele mesmo escreveu, “a burguesia só pode ser derrubada pelo derramamento de sangue”.

 

Antônio Gramsci, no século XX, percebeu que não bastava dominar a economia — era preciso dominar a cultura. A partir daí, o ensino básico, as universidades, a mídia e as instituições passaram a se tornar campos de batalha ideológicos. A Escola de Frankfurt acelerou esse processo, relativizando valores morais, questionando a própria noção de verdade e ensinando que tudo é “opressão”. No Brasil, Paulo Freire transformou a pedagogia em trincheira política, formando gerações que aprenderam a enxergar no professor não um transmissor de conhecimento, mas um militante revolucionário, levando a luta de classes para dentro da sala de aula e embrutecendo os alunos.

 

Esse caldo ideológico desembocou no fenômeno contemporâneo que chamamos de fundamentalismo woke, ou identitarismo woke. Não se trata apenas de uma agenda socialista, comunista, progressista ou como queiram chamar: é um verdadeiro sistema de pensamento totalitário. Divide a sociedade em opressores e oprimidos, pobres e ricos, gays e heterossexuais, mulher e homem, filho e pai, e criminaliza qualquer discordância e desumaniza quem pensa diferente. A lógica é perversa: o adversário não deve apenas ser derrotado — precisa ser cancelado, destruído, eliminado.

 

Foi nesse ambiente que o assassino de Charlie Kirk foi formado. Jovens bombardeados por anos com discursos de ódio disfarçados de “justiça social” aprendem a enxergar cristãos, conservadores, liberais ou qualquer um que pense diferente como inimigos do povo, como “fascistas” que devem ser silenciados. O resultado é previsível: violência política, celebração da morte de adversários e legitimação de crimes, desde que cometidos contra “o lado errado da história” — aquele que, como Cristo nos ensinou, defende a tradição, a família, direitos humanos, caridade, perdão e justiça social. De fato!!

 

A morte de Charlie Kirk é um alerta severo para o Ocidente: quando a ideologia substitui a razão e a filosofia, a sociedade adoece. A filosofia busca a verdade; a ideologia, como disse Marx, molda ideias para atingir objetivos políticos — mesmo que isso envolva manipular fatos, criar narrativas falsas e justificar assassinatos. Russell Kirk observava, com generosidade, que os ideólogos são impiedosos — e não há razão para duvidar disso. Essa impiedade transforma debates políticos em batalhas existenciais: não existem adversários, apenas inimigos; não há diálogo, apenas destruição.

 

É preciso dizer com todas as letras: o que matou Charlie Kirk – o pai de dois filhos, famoso por humanizar seus debates – não foi apenas um atirador. Foi o ódio cultivado por gerações de ideólogos que transformaram a política em guerra, a cultura em campo de batalha e a juventude em exército de ressentidos. Se quisermos honrar sua memória, não basta lamentar. É hora de enfrentar as raízes desse mal, desmascarar o fundamentalismo woke e recuperar os valores que sustentam a civilização ocidental: verdade, liberdade com responsabilidade, família e vida. Que Jesus ampare a alma de Charlie Kirk.