A primeira audiência de instrução sobre o caso da adolescente Ana Beatriz Moura, de 15 anos, encontrada morta em maio deste ano, em Guaxuma, trouxe à tona novos elementos que podem impactar as investigações. Nesta quinta-feira (11), familiares revelaram a existência de uma pasta trancada no Google, mantida pela vítima, que continha capturas de tela de conversas e supostas ameaças.

Em entrevista à TV Pajuçara, a prima da adolescente, Jacielle Moura, explicou que a família teve acesso ao conteúdo após a morte da jovem. “Encontramos, sim, ameaças da esposa. A Bia tinha deixado várias coisas em uma pasta trancada do Google, fotos com vários prints”, relatou. 

Segundo ela, entre os registros, estavam mensagens nas quais a vítima compartilhava sua localização em tempo real com o suspeito já preso e outras conversas que levantam suspeitas sobre a espontaneidade da relação. Jacielle também destacou um print em que a esposa do acusado teria enviado mensagens com tom de ameaça. “Ela era bloqueada, mas lá mostrava-se o nome dela em alguns números, falando: ‘Você sabe, sim, o que você merece’. Com ciúmes do esposo”, detalhou.

A delegada Talita Aquino, responsável pelo caso, havia afirmado anteriormente que não havia indícios de participação da esposa no crime, apesar de reconhecer que poderia existir “rusga” entre ela e Ana Beatriz. Até o momento, somente o homem apontado como amante da vítima segue preso preventivamente.

Além das ameaças, a família voltou a questionar a possibilidade de mais pessoas terem participado do crime. O corpo de Ana Beatriz foi encontrado em uma fossa coberta por cimento, em uma área de difícil acesso. “A Bia era alta, fortinha, tinha conhecimento de defesa. Ele não faria isso sozinho”, afirmou Jacielle, levantando ainda suspeitas sobre uma ligação feita pelo acusado a outro homem de um povoado próximo.

O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Alagoas, enquanto a família cobra que novas linhas de apuração sejam consideradas diante das provas apresentadas.