Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados na ação penal da trama golpista. A maioria foi formada com o voto da ministra Carmen Lúcia, proferido na tarde desta quinta-feira (11), no quinto dia de julgamento, que começou na semana passada. Presidente do colegiado, o ministro Cristiano Zanin também votou pela condenação dos réus. Os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino, já haviam votado pela condenação na sessão da última terça-feira (9).
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. Após a sentença, políticos alagoanos repercutiram a condenação nas redes sociais.
O senador Renan Calheiros postou um print de uma matéria jornalística e escreveu: “O STF confirma a vitória da Democracia. Quem conspira para assaltar o poder, anular eleições limpas e assassinar, responde pelos crimes, com garantias da lei. É possível ser golpista nas democracias. É impossível ser democrata em ditaduras. Contra os ideólogos do caos, a ordem".
Também em um post nas redes sociais, o deputado federal pelo PT, Paulão, escreveu: “Um marco histórico para a democracia brasileira! Pela primeira vez, um ex-presidente é responsabilizado criminalmente por atentar contra as instituições democráticas […] Essa condenação fortalece o nosso Estado Democrático de Direito e nos dá ainda mais força para seguirmos na luta por um Brasil justo, soberano e livre de ameaças autoritárias".
Apoiador de Bolsonaro, o deputado estadual Cabo Bebeto postou uma foto ao lado de Jair Bolsonaro e questionou a justiça e imparcialidade da decisão;
“Os ministros estão nitidamente satisfeitos e felizes com o resultado condenatório. É essa a justiça que se diz imparcial e justa? Que país é esse?”, escreveu o parlamentar.
O deputado federal Fábio Costa disse que a justiça foi usada como palco político e não foi justiça e sim perseguição.
“Mais uma vez, vemos a justiça sendo usada como palco político. Um julgamento previsível, sem imparcialidade e com resultado escrito antes mesmo de começar. Hoje é Bolsonaro, amanhã será qualquer um que não siga a cartilha da esquerda. Isso não é justiça, é perseguição à oposição e a quem pensa diferente", postou Costa.
O deputado Alfredo Gaspar disse que a condenação de Bolsonaro é um “absurdo que fere a democracia” e que o fato não calará a direita brasileira.
“A condenação do presidente Bolsonaro é um absurdo que fere a democracia. O que vimos não foi um julgamento justo, foi um tribunal político armado para perseguir. Estão usando o Direito como ferramenta de vingança, invertendo valores. Hoje é Bolsonaro, amanhã pode ser qualquer um que ouse se levantar contra os poderosos. Nós não podemos aceitar essa tentativa de criminalizar a oposição, de silenciar a voz conservadora do nosso país. A condenação não nos calará, fortalecerá o movimento que ele representa. A direita brasileira nunca esteve tão viva e consciente de suas obrigações para com o povo brasileiro. Vamos retomar o destino da nação e expulsar a corrupção, o crime organizado e a repressão das garantias constitucionais. Chega de falsas narrativas, nenhuma pena é maior do que a verdade”, escreveu o relator da CPI do INSS.
A vereadora por Maceió, Teca Nelma, exaltou o voto da ministra Cármem Lucia e comemorou afirmando que é um “grande dia”.
“Um dia para marcar a história da democracia: pela primeira vez, o Brasil assiste à condenação de um ex-presidente e seus generais por crimes contra a democracia. GRANDE DIA!”, escreveu a vereadora.
Em outro post, Teca Nelma disse que a justiça foi feita: “Foram anos esperando por esse momento e a hora chegou mas ainda não é tudo. A condenação por uma parte dos crimes cometidos pelo ex-presidente é só o início: não vamos esquecer todas as vezes que ele zombou e desdenhou da pandemia que matou mais de 700 mil brasileiros. Atrasou vacina. Propagou medicamentos sem eficácia. Descumpriu todas as medidas de isolamento. A condenação deste 11 de setembro é só o início. A justiça está sendo feita e lugar de golpista é na cadeia”