Charlie Kirk, ativista conservador dos EUA e aliado do presidente Donald Trump, morreu nesta quarta-feira (10) depois de ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley. O atirador foi preso, informou o FBI.

Kirk, de 31 anos, era casado e deixa dois filhos. Ele ficou conhecido nos Estados Unidos por fundar a organização conservadora Turning Point USA, influente em universidades e escolas de todo o país.

Trump confirmou a morte do ativista em uma rede social, chamando-o de "lendário" e enviando condolências à família.

"Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim, e agora não está mais entre nós. Meus sentimentos, junto com os de Melania, vão para sua linda esposa Erika e para a família. Charlie, nós te amamos!", publicou.

Políticos do Partido Republicano, de Trump, e do Partido Democrata se manifestaram lamentando a morte. "Não há lugar em nosso país para esse tipo de violência. Ela precisa acabar agora", disse o ex-presidente Joe Biden, democrata.

Uma gravação registrou o exato momento em que Kirk foi baleado. O vídeo foi compartilhado pela deputada republicana Marjorie Taylor Greene. 

Nas imagens, Kirk aparece sentado em uma tenda, discursando para uma grande multidão ao ar livre, quando um barulho de tiro é ouvido. O ativista, então, tombou da cadeira. Ao perceber o ocorrido, várias pessoas correram.

Charlie Kirk, ativista conservador, discursa pouco antes de ser baleado em Utah, em 10 de setembro de 2025 — Foto: Tess Crowley/The Deseret News via AP

Charlie Kirk, ativista conservador, discursa pouco antes de ser baleado em Utah, em 10 de setembro de 2025 — Foto: Tess Crowley/The Deseret News via AP

A aparição do ativista nesta quarta-feira foi a primeira de uma turnê planejada com 15 eventos em universidades de todo o país. Antes de ser baleado, Kirk estava sentado no que ele chama de mesa “Me prove que estou errado” para responder às perguntas da plateia.

Segundo a universidade, Kirk foi levado ao hospital por seguranças particulares e passou por uma cirurgia. Um porta-voz da instituição disse ainda que um suspeito chegou a ser detido, mas não foi apontado como autor do ataque.

Às 19h21 de Brasília, o diretor do FBI, Kash Patel, publicou no X que o atirador já foi preso, mas não deu informações sobre sua identidade.

"O responsável pelo horrível tiroteio de hoje, que tirou a vida de Charlie Kirk, está agora sob custódia. Agradecemos às autoridades locais e estaduais de Utah pela parceria. Forneceremos atualizações quando possível".

A presença de Kirk na universidade dividiu opiniões. Uma petição online reuniu quase 1.000 assinaturas para que ele não fosse à instituição.

Apesar disso, a universidade manteve o evento, citando a Primeira Emenda e seu "compromisso com a liberdade de expressão, a investigação intelectual e o diálogo construtivo".

Embora o motivo do ataque seja desconhecido, os EUA atravessam o período mais prolongado de violência política desde a década de 1970, segundo a Reuters. A agência documentou mais de 300 casos de atos violentos motivados politicamente desde que apoiadores de Trump atacaram o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Membros dos partidos Republicano e Democrata lamentaram a morte de Kirk.

Quem é Charlie Kirk?

Kirk era fundador do grupo estudantil conservador Turning Point USA e teve papel central na mobilização do apoio jovem a Trump nas campanhas presidenciais de 2016 e de 2024. Seus eventos em universidades de todo o país costumavam atrair grandes multidões.

O Turning Point USA é uma organização sem fins lucrativos presente em mais de 3.500 escolas e universidades nos 50 estados americanos.

Além do ativismo, Kirk era autor de livros como Campus Battlefield, The MAGA Doctrine e The College Scam: How America’s Universities Are Bankrupting and Brainwashing Away The Future Of America’s Youth.

Ele também apresentava o programa de rádio The Charlie Kirk Show, transmitido nacionalmente, e mantinha um podcast de grande audiência no país. O público combinado de suas redes sociais ultrapassava 14 milhões de seguidores.