Com voz trêmula e visivelmente emocionada, Laura Nicole, irmã de Alan Vitor dos Santos Soares, prestou depoimento nesta quinta-feira (4) durante o quarto júri popular do serial killer Albino Santos de Lima, em Maceió.
Em um dos momentos mais marcantes do depoimento, Laura descreveu o sofrimento do irmão ao afirmar que, para ele, é doloroso se olhar no espelho e se ver mutilado, uma lembrança constante das marcas deixadas pelo atentado.
Alan Vitor foi baleado com quatro tiros enquanto voltava do trabalho para a casa da avó, no dia 12 de junho de 2024, no bairro Vergel do Lago, em Maceió. Um projétil ficou alojado na nuca, dois atingiram os pulmões e outro passou de raspão pela orelha.
Apesar da gravidade dos ferimentos, ele sobreviveu após permanecer internado por mais de dois meses, incluindo 30 dias em coma. Desde então, Alan convive com sequelas físicas e emocionais causadas pelo ataque.
Laura relatou que o irmão foi atacado sem motivo aparente e acredita que ele tenha sido julgado por conta da aparência, pelas tatuagens e pelo uso de brinco.
Indignada, ela afirmou que Alan é uma pessoa do bem, que jamais merecia passar por tamanha violência, e questionou de onde poderia ter vindo tanta maldade. Também ressaltou o impacto psicológico profundo deixado pelos ferimentos, que ainda afetam o irmão diariamente.
Julgamento
O julgamento está sendo realizado na 7ª Vara Criminal da Capital. O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) sustenta a acusação de tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Albino Santos de Lima já confessou a autoria de 18 crimes contra a vida e foi condenado em três processos anteriores por homicídio, acumulando penas que já somam mais de 85 anos de prisão.
Foto de Capa: Anderson Macena / Ascom MPAL