Moradores dos bairros Bebedouro, Santa Amélia e dos conjuntos Colina dos Eucaliptos e Colina 2, no Clima Bom, enfrentam diariamente dificuldades para chegar à parte baixa de Maceió pela Ladeira Professor Benedito da Silva, conhecida como Ladeira do Bebedouro. A via, considerada estratégica pela comunidade, sofre com buracos, alagamentos e congestionamentos constantes.

Em entrevista ao CadaMinuto, a estudante Bruna Pereira, moradora da Santa Amélia, relata que leva cerca de 1h30 para percorrer a ladeira de transporte público. 

“Peguei o ônibus das 7h e só cheguei ao trabalho quase às 8h. Cada dia o trânsito fica mais caótico. A ladeira está sempre cheia de buracos, e as obras, muitas vezes, são feitas em horário de pico. Quem vai trabalhar ou estudar enfrenta um caos completo”, desabafa.

Segundo Bruna, a situação se agrava devido à frota insuficiente e à superlotação dos ônibus, o que aumenta o tempo de deslocamento e o desgaste da população. 

“Carros pequenos ficam presos, principalmente no trecho entre o semáforo e a estação de trem. Como os ônibus vão sempre cheios, precisam andar mais devagar para evitar acidentes, é um caos diário”, acrescenta.

A jornalista Micaelle Morais, também moradora da Santa Amélia, disse que o trajeto, que antes levava cerca de 40 minutos de carro, passou a demorar uma hora. Ela explica que a situação se agravou após as fortes chuvas recentes e que nenhuma manutenção eficiente foi feita na via. 

“A faixa da direita está tomada por duas crateras enormes. Os carros precisam desviar para a esquerda ou pelo acostamento, e a água acumulada impede a passagem de pedestres”, relata.

Micaelle ressalta que, embora muitas casas e prédios da região tenham sido desativados após o afundamento do solo causado pela exploração de sal-gema pela mineradora Braskem, a via segue sendo utilizada por moradores e por quem depende dela para se deslocar até o centro e bairros vizinhos.

“Se percebe que não há um trabalho preventivo. Sabemos que o período de chuva dificulta reparos, mas acredito que atualmente seria possível implementar algum tipo de manutenção. Há falta de cuidado com a área, possivelmente por se tratar de uma região desocupada pela Braskem, que não recebe atenção adequada. Hoje, o trajeto está completamente inviável”, finaliza.

 

Outro lado

Diante da situação e dos relatos, o CadaMinuto entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) em busca de um posicionamento. 

Em nota, o órgão informou que equipes da Operação Tapa-Buraco já realizaram ações de manutenção no local, mas, devido ao intenso fluxo de veículos e ao acúmulo de água na pista, será agendada uma nova visita à via para avaliar as necessidades de recuperação.

Leia a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) esclarece que equipes da Operação Tapa-Buraco realizaram diversas ações no local para atenuar as imperfeições da via. Devido ao alto fluxo de veículos e ao excesso de água na pista, será agendada uma nova visita à via para levantar as devidas necessidades de recuperação.

 

*Estagiária sob supervisão da editoria