Um laticínio clandestino foi interditado em Girau do Ponciano, no Agreste de Alagoas, após ser flagrado fabricando queijos em condições extremamente insalubres — incluindo o uso de uma betoneira enferrujada, presença de moscas, mau cheiro intenso e total ausência de higiene.
O flagrante foi feito pela equipe de Produtos de Origem Animal da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco, que classificou o local como um risco grave à saúde pública, devido à possibilidade de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). Além disso, o funcionamento irregular do laticínio causava danos ambientais e configurava concorrência desleal com produtores devidamente regularizados.
Durante a vistoria, foram apreendidos 40 quilos de queijo impróprio para o consumo. Com essa ação, a 15ª etapa da FPI já totaliza 980 quilos de produto irregular retirados de circulação em Alagoas.
O estabelecimento funcionava sem licença ambiental, sem qualquer protocolo de higiene e utilizava produtos químicos proibidos para adulterar a produção.

O Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL) emitiu autos de infração e determinou o embargo das atividades, após constatar o despejo de efluentes diretamente no solo, a falta do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e o armazenamento ilegal de madeira nativa — infrações que caracterizam grave dano ambiental.
A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Adeal) também atuou no local, inutilizando os produtos e aplicando autos de infração, diante da falta de boas práticas de manipulação e da ameaça à saúde pública.
Durante a operação, o Conselho Regional de Química (CRQ) identificou o uso de peróxido de hidrogênio a 10% (água oxigenada) na adulteração do soro do queijo — uma substância proibida que, se ingerida, pode causar sérios danos à saúde.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/AL) também autuou o laticínio pela falta de registro no conselho e pela ausência de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), obrigatória para estabelecimentos que industrializam produtos de origem animal.
O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) conduziu o responsável à Central de Flagrantes de Arapiraca, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por exercício ilegal de atividade poluidora e posse irregular de madeira nativa. A Polícia Civil também formalizou a prisão em flagrante por crime de poluição, devido ao descarte de resíduos diretamente no solo.

*com Assessoria