A escolha do deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) como relator da CPMI do INSS nesta quarta-feira (20) pode consolidar seu protagonismo político e pavimentar uma candidatura ao Senado em 2026 ou reforçar sua reeleição na Câmara. 

A indicação, resultado de uma articulação que surpreendeu o governo, colocou Gaspar em evidência nacional em meio à investigação sobre fraudes bilionárias na Previdência Social.

Em postagem nas redes sociais, Gaspar afirmou que irá trabalhar em compasso com a verdade e a Constituição, buscando a responsabilização de quem, por ação ou omissão, praticou esse crime gigantesco. “O povo brasileiro exige respostas sérias, e nós as daremos”, afirmou.

Além de Gaspar, outros dois alagoanos compõem a CPMI, como titulares, a exemplo do senador Renan Calheiros (MDB) e do deputado federal Rafael Brito (MDB).

A derrota do governo na eleição da mesa diretora do colegiado marcou um revés para o Planalto. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) assumiu a presidência, enquanto Omar Aziz (PSD-AM) e Ricardo Ayres (Republicanos-TO) foram preteridos. 

A decisão abriu caminho para que Alfredo Gaspar fosse nomeado relator, função que dará visibilidade direta sobre um esquema de desvios estimados em R$ 6,3 bilhões, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

A articulação da oposição bolsonarista e do Centrão, liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), garantiu a vitória de Gaspar e demonstrou a força da oposição organizada no Congresso. 

Com a relatoria, ele terá papel central na condução dos trabalhos da CPMI, podendo influenciar a narrativa política sobre as fraudes no INSS e, consequentemente, ampliar seu capital político para as eleições de 2026.