A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (21) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta sinais consistentes de recuperação no cenário eleitoral de 2026. 

Em julho, o levantamento anterior indicava empate técnico com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em eventual segundo turno. Agora, Lula aparece à frente com 43% contra 35%.

Nos demais cenários testados, o presidente também vence todos os potenciais adversários, com margens que variam de 10 pontos a 16 pontos, diferença registrada contra Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO) e o senador Flávio Bolsonaro, que foi incluído pela primeira vez na pesquisa. 

Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, caso este consiga reverter a inelegibilidade, Lula teria vantagem de 12 pontos. O presidente também derrotaria Michelle Bolsonaro por 13 pontos e Eduardo Bolsonaro por 15.

Outro dado favorável ao petista é que 47% dos entrevistados dizem temer mais o retorno de Bolsonaro ao poder do que uma reeleição de Lula. Entre eleitores sem posição política definida, essa percepção subiu de 36% para 46% em relação ao último levantamento, enquanto os que afirmam ter receio da continuidade de Lula caíram de 31% para 25%.

Na pesquisa espontânea, quando o eleitor cita um nome sem receber opções, Lula lidera com 16%, seguido por Jair Bolsonaro, com 9%. Os demais possíveis candidatos aparecem com apenas 1%. Brancos, nulos e abstenções somam 4%, enquanto 66% dos entrevistados permanecem indecisos.


Já na pesquisa estimulada, que apresentou cinco cenários (um deles incluindo Bolsonaro), Lula mantém entre 34% e 35% das intenções de voto. Nesse formato, o ex-presidente alcança seu melhor desempenho, com 28%, enquanto o senador Flávio Bolsonaro aparece na pior posição entre os nomes testados.

Segundo turno

Foram simulados nove cenários de segundo turno. Neles, Lula registra de 43% a 48% das intenções de voto em nível nacional. A pesquisa ouviu eleitores de oito estados-chave: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Bahia. Nos dois últimos, Lula alcança mais de 60% dos votos.

  • Contra Tarcísio: Lula venceria apenas em Pernambuco (61% a 27%) e Bahia (63% a 21%). Já em São Paulo perderia por 52% a 35%.
     
  • Contra Michelle Bolsonaro: haveria empates em São Paulo, Minas, Rio e Rio Grande do Sul. A ex-primeira-dama teria vantagem no Paraná e em Goiás, enquanto Lula abriria ampla diferença em Pernambuco e Bahia.
     
  • Contra Ratinho Júnior: o governador do Paraná alcança 73% em seu estado e venceria Lula em Goiás (46% a 31%).
     
  • Contra Eduardo Leite: o gaúcho venceria com folga no Rio Grande do Sul (49% a 26%) e também teria vantagem no Paraná e em Goiás.
     
  • Contra Eduardo Bolsonaro: seria derrotado em Minas, Bahia e Pernambuco; venceria em Goiás e Paraná; e empataria em São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul.
     
  • Contra Romeu Zema: no próprio estado, o governador mineiro teria 47% contra 34% de Lula.
     
  • Contra Ronaldo Caiado: em Goiás, o governador aparece com 72% das intenções de voto.
     
  • Contra Flávio Bolsonaro: só teria desempenho competitivo no Rio de Janeiro (39% contra 38% de Lula).

Apesar do bom desempenho, a maioria dos eleitores (58%) entende que Lula não deveria disputar a reeleição, um índice estável em relação a julho. Essa percepção é majoritária em quase todos os estados, exceto na Bahia e em Pernambuco, onde, ainda assim, 42% são contrários à sua candidatura em 2026.

No caso de Jair Bolsonaro, o cenário é ainda mais desfavorável: 65% dos entrevistados defendem que ele desista da disputa e apoie outro candidato, percentual que ultrapassa 60% em todos os estados analisados.

O levantamento foi realizado entre 13 e 17 de agosto, com 12.150 entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais no resultado nacional e em São Paulo, e de três pontos percentuais nas demais amostras estaduais.