Durante as ações da 15ª etapa, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco apreendeu 368 litros de leite e cerca de 40 quilos de queijo muçarela impróprios para consumo humano. Eles foram encontrados em laticínios irregulares nos municípios de Pão de Açúcar e Jacaré dos Homens, respectivamente, e representavam ameaça à saúde pública.

Na primeira cidade do sertão alagoano, os técnicos da equipe Produtos de Origem Animal da FPI interditaram um laticínio que praticava fracionamento de leite. Os produtos também eram comercializados com rótulos e embalagens irregulares, sem o devido registro nos órgãos de defesa agropecuária.

Diante das irregularidades, os produtos foram apreendidos, inutilizados e destinados ao Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Delmiro Gouveia, garantindo que não chegassem ao consumo da população.

“A manipulação e comercialização de produtos de origem animal sem fiscalização representa risco direto à saúde pública, podendo causar doenças de transmissão alimentar. As fiscalizações integram as ações permanentes da FPI, que buscam proteger a saúde da população e o meio ambiente, além de garantir a segurança alimentar em todo o estado”, explicou o coordenador da equipe Produtos de Origem Animal, George Gomes.

Laticínio clandestino

Os técnicos da equipe Produtos de Origem Animal também encontraram cerca de 40 quilos de queijo muçarela produzidos num laticínio clandestino, sem registro nos órgãos oficiais de inspeção e em condições sanitárias inadequadas. Os produtos foram apreendidos e tiveram o CTR como destino.

Durante a mesma inspeção, os agentes da FPI localizaram uma espingarda calibre 12 em posse do responsável pelo estabelecimento, sem a devida documentação legal. A arma foi apreendida e o caso encaminhado à Polícia Civil para as providências cabíveis, com base na legislação vigente.

A equipe Produtos de Origem Animal é composta por Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Alagoas (CRMV/AL), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Riscos à saúde

O consumo de queijos produzidos a partir de leite não pasteurizado (leite cru) oferece diversos riscos microbiológicos significantes, frequentemente ignorados pela população, que se torna vítima das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs).

As DTAS decorrentes do consumo de queijos produzidos em condições irregulares são infecção por salmonella, listeriose, tuberculose, febre tifoide, campilobacteriose e difteria.

A equipe Produtos de Origem Animal explica que os microrganismos que levam às DTAs podem ser veiculados pelas fezes e glândulas mamárias (tetas) da vaca, tal como pelas condições higiênico-sanitárias do estábulo de ordenha e pelas próprias mãos do ordenhador. Tais agentes patológicos podem estar presentes no leite cru e, por tabela consequentemente, no queijo produzido a partir dele, sem pasteurização.

“Essas bactérias podem prejudicar a saúde de qualquer pessoa que consuma o leite cru e seus derivados. No entanto, vale destacar que elas podem ser extremamente perigosas para pessoas com alterações em seu sistema imunológico. Refiro-me a pacientes transplantados e indivíduos portadores de doenças crônicas, assim como crianças, idosos e gestantes”, alerta a equipe Produtos de Origem Animal.

Danos ao meio ambiente

A produção clandestina também provoca danos ao meio ambiente, visto que são lançados efluentes contaminadores dos recursos hídricos, e prejuízos à concorrência leal no comércio de laticínios.

Além dos investimentos em condições regulares de produção, a queijaria legalizada eventualmente tem como concorrentes produtos impróprios para consumo humano com embalagens e selos oficiais de autorização falsificados, que, por esse motivo, são vendidos por valores menores.