O Governo de Alagoas e o King’s College London, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, iniciaram nesta quarta-feira (13), em Londres, as tratativas para assinatura de um protocolo de intenções que vai unir a experiência acadêmica britânica às políticas públicas alagoanas. A proposta contempla pesquisas, intercâmbio acadêmico e eventos bilaterais com foco em integridade da informação, proteção digital de crianças e adolescentes, equidade de gênero e segurança pública.
A reunião foi realizada no King’s Brazil Institute, centro especializado em estudos sobre o Brasil, e contou com a presença do secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares; da diretora do instituto, professora Andreza Aruska; do secretário-executivo de Relações Federativas e Institucionais Internacionais, Raul Manso; da secretária-executiva do Gabinete do Governador, Daniela Lages; e de Joaquim Araújo Neto, chefe do Setor Acadêmico da Embaixada do Brasil em Londres.
O encontro fez parte da missão oficial que levou cerca de 100 estudantes da rede pública para intercâmbios culturais em cinco cidades inglesas — oportunidade aproveitada para ampliar a cooperação acadêmica e institucional internacional. “Alagoas deixou de estar nas páginas dos jornais nacionais de forma negativa. Hoje nosso Estado é destaque na área econômica e social e, agora, se consolida como a principal referência em integridade da informação”, destacou Wendel Palhares, lembrando que o governador Paulo Dantas foi autor da lei estadual de combate à desinformação. “O governador sabe que é preciso proteger o alagoano das mentiras e também as crianças dos perigos do mundo virtual. Estamos fazendo um trabalho sério para combater esses riscos.”
Desinformação: desafio compartilhado por Brasil e Reino Unido
O combate à desinformação e ao discurso de ódio está no centro da agenda internacional. No Reino Unido, 43% da população afirma ter se deparado com fake news ou deepfakes nas últimas semanas. No Brasil, 58% dos adultos demonstram alto nível de preocupação ao encontrar conteúdos falsos ou enganosos.
Esses dados mostram que Brasil e Reino Unido enfrentam o mesmo desafio — e reforçam a importância de soluções conjuntas. A cooperação com o King’s College permitirá que Alagoas desenvolva, com base científica, políticas públicas mais robustas de proteção digital e de promoção da democracia informacional.
King’s College
Fundado em 1829, o King’s College London está entre as 10 melhores universidades do Reino Unido e é reconhecido mundialmente pela excelência em pesquisa, ensino e inovação. Integra o Russell Group, que reúne as instituições britânicas de elite, e tem forte influência na formulação de políticas públicas globais.
O King’s Brazil Institute, dirigido por Andreza Aruska, é um dos poucos centros acadêmicos no exterior dedicados exclusivamente ao Brasil. Atua como ponte para o diálogo e a cooperação entre os dois países, aliando excelência internacional a profundo conhecimento da realidade brasileira — diferencial que torna a instituição parceira estratégica para a internacionalização das políticas públicas de Alagoas.
Próximos passos
Até o final de setembro, o Governo de Alagoas e a universidade britânica pretendem concluir a minuta do protocolo de intenções e o plano de ação conjunto. A expectativa é que, a partir de 2026, seja firmado um convênio para viabilizar um programa de intercâmbio acadêmico, realização de seminários internacionais — com foco inicial em segurança pública —, pesquisas aplicadas e programas de capacitação.
Também está em estudo uma agenda de eventos em Londres e Maceió, reunindo especialistas dos dois países para discutir políticas públicas de segurança e proteção digital.
Para Raul Manso, a cooperação com uma instituição centenária como o King’s College “é um marco na internacionalização das políticas públicas de Alagoas e abre caminho para soluções inovadoras que podem projetar o Estado no cenário nacional e internacional.”