Representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizaram uma reunião no dia 08 de agosto, em Maceió (AL), para a apresentação e discussão dos achados da perícia realizada por meio do contrato no 24/2025, cujo objeto foi a elaboração de laudo pericial para avaliação de reparo realizado em reservatório (tanque pulmão), avaliação de trincas, vistoria cautelar nos imóveis ao entorno, além de elaboração de avaliação de riscos inerentes ao sistema de abastecimento doado à casal em Piaçabuçu (AL).
Além do CBHSF, participaram da reunião representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), Conselho Regional de Engenharia de Alagoas (CREA-AL), SIGMA Engenharia, Prefeitura de Piaçabuçu e Agência Peixe Vivo (APV). Na oportunidade, o engenheiro civil da Sigma Engenharia, responsável pela perícia, Luciano Mendes, apresentou em detalhes todo laudo pericial feito no local onde ocorreu o rompimento em março do ano de 2024. De acordo com o engenheiro, a conclusão das possíveis causas do rompimento foram a amarração inadequada dos reservatórios, utilização do bocal de visita como ponto de ancoragem para fixação e transporte, cargas laterais e momentos fletores nos quais o bocal de visita não foi dimensionado para resistir e desgastes neste ponto do reservatório onde aconteceu o incidente.
Anivaldo Miranda, coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco (CBHSF) relembrou o caso do rompimento de um dos tanques pulmão ocorrido há pouco mais de um ano, em Piaçabuçu (AL) e recordou sobre a celeridade que o Comitê e a Agência Peixe Vivo tiveram para buscar uma solução para o caso. “Houve o rompimento de um dos tanques pulmão após alguns meses da inauguração de toda estrutura em Piaçabuçu. Em função do ocorrido e coerente com a história, o Comitê não só agiu para resolver a questão, mas depois de contornado tudo remanesceu um ponto fundamental que foi o seguinte: o evento causou uma comoção natural, a comunidade levantou debates e o Comitê precisava ter certeza sobre o que aconteceu e nós precisávamos de um diagnóstico. Era preciso ter alguém de fora que analisasse toda situação. Após a finalização da perícia hoje tivemos a apresentação em detalhes, ponto a ponto, sobre o caso. Estamos fechando essa etapa porque era necessário dar uma satisfação. Nosso primeiro dever é dar uma satisfação à comunidade e assim o fizemos”.
Segundo o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, era preciso a análise de uma perícia independente que foi solicitada pelo CBHSF e contratada pela Agência Peixe Vivo para que pudesse analisar, dar um parecer, ou seja, uma segurança com relação ao que ocorreu no tanque pulmão localizado em Piaçabuçu (AL). “Foi apresentado para o Comitê, para a CCR BAIXO SF, bem como aos demais representantes presentes. Tivemos conhecimento que o fato aconteceu por um erro no transporte do equipamento e, diante disso foi verificada toda situação de segurança, o reservatório foi prontamente reparado para que não houvesse danos posteriores aos outros que se encontram no local. O Comitê fez sua parte com o investimento de quase 10 milhões de reais no sistema de abastecimento de Piaçabuçu (AL), em uma adutora e na instalação dos três tanques pulmão.
Oliveira disse, ainda, que foram feitas algumas recomendações importantes a CASAL, ao município de Piaçabuçu (AL) e ao Comitê e agora vai ser solicitada uma reunião técnica com a CASAL, entidade que recebeu a obra, para que seja dada continuidade no que se refere às recomendações da perícia a fim de manter a segurança de toda estrutura.
Desde o princípio do ocorrido em um dos tanques pulmão, o coordenador técnico da APV, Thiago Lana, tem acompanhado todos os desdobramentos do caso e pontuou as medidas mitigatórias tomadas após o incidente, desde o sinistro ao laudo técnico pericial, bem como a vistoria cautelar, avaliação do solo e fundação. “No laudo técnico pericial apresentado foi apontado que os reservatórios estão aptos a serem utilizados após os reparos feitos. No mais, quem quiser acessar o laudo na íntegra, ele está disponibilizado para todos no SIGA”.
“Importante lembrar a todos um dado importante após a instalação dos reservatórios. Do ponto de vista de saúde houve uma melhoria muito grande, pois desonerou o município na área da saúde. A população estava bebendo água salgada, estava adoecida e nós nos sensibilizamos com a situação, daí buscamos resolver. Houve a diminuição de compra de remédios de pressão arterial para distribuir à população local e a diminuição da salinização da água”, pontuou Maciel Oliveira.
Anivaldo Miranda informou a todos que uma proposta será levada à CCR Baixo São Francisco que consistirá em organizar uma comissão para a elaboração de um protocolo que vise um acordo sobre o que deve ser feito de forma permanente. “Aqui não se trata do problema de água, mas de segurança. A primeira coisa a ser feita é manter o equipamento conservado por mais tempo para evitar que outros eventos dessa dimensão ocorram. O que importa aqui é o bem-estar da população e a segurança. Como são investimentos a fundo perdido, se faz necessário que todos trabalhem juntos, em parceria”.