A mulher detida por perseguir uma família com um bebê de colo em um shopping no bairro de Cruz das Almas, em Maceió, no último domingo (3), é médica formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), em 1999. A informação consta no site oficial do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal).
Embora tenha concluído a graduação em Alagoas e esteja registrada no sistema do Cremal, a profissional, de 51 anos, não possui registro ativo no estado.
Após se formar, ela se mudou para Brasília, onde realizou residência médica e foi aprovada em um concurso público federal. Atualmente, seus filhos moram com o ex-marido na capital federal.
O número do CRM da médica está vinculado exclusivamente ao Distrito Federal e a Goiás. Ela não possui nenhuma especialidade médica registrada nos sistemas oficiais.
Durante a vida escolar, estudou no Colégio São José e concluiu o ensino médio no Colégio Marista, ambos em Maceió.
Na pandemia, retornou à capital alagoana, passando a viver sozinha no bairro São Jorge. Ela perdeu os pais há alguns anos e mantém vínculos com uma tia e primos que residem na cidade.
Segundo pessoas próximas à família, a médica foi aposentada por incapacidade e apresenta sinais de crises relacionadas à esquizofrenia há alguns anos.
Entenda
A mulher foi autuada pelo crime de perseguição — conhecido como stalking, tipificado no Código Penal pela Lei 14.132/2021. Inicialmente, o caso chegou a ser tratado como uma possível tentativa de sequestro.
Segundo o delegado Eliel Tavares, responsável pelo caso, a médica afirmou, logo após ser presa, que enfrenta problemas relacionados à saúde mental e apresentou contradições ao tentar justificar sua conduta.
Ela alegou que a aparência do bebê a fez lembrar da filha, hoje com mais de 20 anos, que reside em Brasília. "Ela vive sozinha em Maceió e, segundo uma vizinha que compareceu à delegacia, estaria passando por um quadro de depressão em decorrência de uma separação", informou o delegado.