O Governo de Alagoas lançou nesta quinta-feira (31), no Palácio República dos Palmares, a política “Alagoas Lilás”- um novo modelo de enfrentamento à violência doméstica doméstica que pretende funcionar como um “SUS da proteção à mulher”. A proposta é criar uma rede integrada de acolhimento, com adesão dos 102 municípios e cooperação técnica do Instituto Natura.

A solenidade de lançamento foi conduzida pelo vice-governador Ronaldo Lessa, que destacou a transição do “Agosto Lilás” para uma política de Estado permanente.

 “O Alagoas Lilás significa que o compromisso com as mulheres não termina em agosto. O Estado dá exemplo ao Brasil ao integrar sociedade civil, empresas, igrejas e órgãos públicos em uma só rede de proteção”, afirmou Lessa.

A nova política propõe requalificar a rede de atendimento às mulheres, com um fluxo unificado de acolhimento e atuação multissetorial entre União, Estado e municípios.

Política permanente e estruturante

A secretária executiva da Mulher, Dilma Pinheiro, ressaltou que a ação rompe com a lógica de campanhas pontuais e torna-se uma política pública contínua.

 “Vamos integrar, capacitar e territorializar a rede de atendimento. Todos os órgãos estaduais terão Comitês Lilás, e os municípios são convidados a aderir. O objetivo é claro: reduzir feminicídios e melhorar o acolhimento”, disse.

Durante o evento, foi assinado o decreto que oficializa a política e o termo de cooperação com o Instituto Natura.

Apoio técnico e investimento

O diretor-presidente do Instituto Natura, David Saad, e a líder de políticas públicas, Beatriz Accioly, participaram da cerimônia. Saad lembrou da parceria com Alagoas na educação e reforçou o compromisso com a causa:

“O Alagoas Lilás é pioneiro ao estruturar uma política permanente contra a violência doméstica. Nenhuma mulher pode ficar sem resposta no momento em que mais precisa”, declarou.

Accioly destacou que o Instituto contribuirá com tecnologia, formação continuada e inovação nos fluxos de atendimento.

Mobilização municipal

O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, garantiu a adesão dos municípios e parabenizou a comunicação da campanha, sob responsabilidade do secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares:

“A AMA será parceira para levar o Alagoas Lilás a todos os municípios. Essa política vai salvar vidas”, afirmou.

A secretária de Assistência Social, Kátia Born, defendeu a criação de Superintendências da Mulher nos municípios sem Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social): “Se não houver Creas, que ao menos se crie uma superintendência para acolher essas mulheres. É urgente”, completou.

Os seis eixos de atuação do Alagoas Lilás

1. Formação continuada da rede de profissionais para escuta qualificada e acolhimento humanizado;

2. Acompanhamento e monitoramento com criação do Observatório da Mulher e de um Indicador Integrado;

3. Redesenho do fluxo de atendimento com sistema de interoperabilidade entre serviços;

4. Liderança da Secretaria da Mulher com orçamento próprio, garantindo sustentabilidade da política;

5. Regime de cooperação com os municípios, com adesão formal dos 102 gestores;

6. Mobilização social e campanhas permanentes, como o Agosto Lilás e ações educativas.