O sistema prisional alagoano que, até pouco tempo atrás despontava com alta taxa de analfabetismo no país, sendo o primeiro entre os estados, avança na educação e proporciona aos reeducandos acesso à leitura.

Uma dessas formas de transformação das pessoas que estão no cárcere é o leitor eletrônico, equipamento entregue aos custodiados, graças a um projeto implantado no Núcleo Ressocializador da Capital (NRC) que atinge os 100% da população carcerária da unidade.

A iniciativa que viabilizou o uso desses leitores eletrônicos (kindles) por reeducandos do NRC foi classificada e será avaliada nesta quinta-feira (24) por consultores do Prêmio Innovare.
 

 

O projeto, inédito no país, oferece acesso a mais de mil livros digitais sem conexão à internet, por meio de 154 kindles adquiridos com recursos de penas pecuniárias.

“Levar educação, leitura e oportunidades para dentro das unidades prisionais de Alagoas significa ressocializar e contribuir com a justiça. Oferecer os kindles aos reeducandos é um projeto inovador que nos orgulha. É compromisso da Seris e do governo de Alagoas entregar um cidadão melhor para a sociedade”, enfatiza o secretário Diogo Teixeira.

O projeto foi pensado e elaborado há cerca de dois anos, depois apresentado à 16ª Vara Criminal pelo Conselho da Comunidade e pela Gerência de Educação e Cidadania da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e colocado em prática em maio deste ano, após vários estudos e cuidados necessários para o bom desempenho do projeto.

“Nós estarmos hoje recebendo o Innovare e termos o projeto qualificado para essa visita é um marco de reconhecimento. Nós estabelecemos objetivos há três anos quando o projeto (Livros que Libertam) iniciou com 140 reeducandos e hoje ele chega a marca de 4,2 mil reeducandos e chega a uma segunda fase que é o uso dos kindles no Núcleo Ressocializador”, destaca o juiz Alexandre Machado, da 16ª Vara Criminal.

 

 

O prêmio

O Prêmio Innovare tem como objetivo identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil.

Participam da Comissão Julgadora do Innovare ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), desembargadores, promotores, juízes, defensores, advogados e profissionais que contribuem para o desenvolvimento do Poder Judiciário.