No dia 05.07.25, o mundo do hard rock e heavy metal prestou uma merecida homenagem em forma de tributo em vida à excepcional banda que fundou o heavy metal: Black Sabbath , banda esta que exerceu influência em todas as demais do gênero do Metal, muito mais do que Led, Purple ou qualquer outra, seja pelo som pesado e sombrio para época – final dos anos 60, pelos riffs de Toni Iommi que ecoam até hoje, pelo baixo de Geezer Butler - maior baixista de metal de todos os tempos, ou ainda pela batida forte e marcante de Bill Ward, e por fim pela força como Frontman, carisma e voz peculiar de Ozzy; mas é preciso destacar o legado do príncipe das trevas – Mr.Osbourne - que, mesmo com a saúde debilitada pelos exageros cometidos no decorrer de sua “agitada” vida de estrela do rock, simbolizando de forma eterna o heavymetal encarnada em sua figura carismática e ímpar, por sua presença de palco ou na sua forma peculiar de cantar as canções. E quem assistiu ao evento “Back to Beginning” pode perceber o quão é difícil cantar suas músicas, dada a originalidade de sua voz. Impressionante mesmo, até vocalistas mais talentosos não conseguiram atingir sua forma de cantar, soando muitas vezes bem estranho, a exemplo de “Billy Corgan” quando “se atreveu” a cantar Snowblind.
Antes de entrar de vez no evento de despedida, faz-se necessário enaltecer o velho e bom Ozzy, sua extensa e importantíssima discografia no mundo do rock pesado. Dos precursores tempos do Sabbath, tem que ser ratificado aquela máxima: “só existe unanimidade em relação aos seis primeiros discos do Black Sabbath”. Pois é, não há como negar a contribuição da banda formada à época além do astro; Toni Iommi, Geezer Butler e Bil Ward – devidamente homenageados no Back to Beginning.
Eu, particularmente tenho como disco inesquecível e mais marcante: “Paranoid” – um petardo do começo ao fim e que os alçou a condição de banda que criou o heavymetal, emplacando nas paradas hits de peso como, “IronMan”, “War Pigs” e a faixa título. Não é pouca coisa, e depois manteve a honra e dignidade musical, permanecendo fiéis aos seus princípios, ao menos até o sexto álbum “Sabotage”. Depois de ser expulso da banda, após dois discos mais fracos lançados – “TechnicalEcstasy” e “Never Say Die”, e principalmente por encontrar-se à época envolto com problemas etílicos e de drogas e não conseguir lidar com os compromissos que a banda exigia. O baterista e amigo inseparável “Bill Ward”, também deus sinais de desgaste, juntando-se ao Príncipe no infortúnio.

A carreira solo de Ozzy, apesar dos altos e baixos ao longo de sua história, teve acertos tanto de crítica como depúblico, que permaneceu fiel ao devorador de morcegos durante toda sua trajetória. Para mim, ele teve vários discos marcantes, dos quais destaco quatro: “Blizard OfOzz”, “Diary of Madman”, “The Ultimate Sin” e “No More Tears”.
Sempre contou com bandas excepcionais, graças aempresária e esposa Sharon que, gostem ou não, foi muito importante na vida e carreira dele, sobretudo no início da fase solo, quando o incentivou a abraçar o novo começo.
Quanto ao show de despedida, pontos para a própria Sharon e a Tom Morello que organizou o evento e merece todos ou louros. As atrações foram espetaculares e ver os quatro juntos novamente se apresentando bem, apesar da idade e do estado de saúde do Ozzy (mal de Parkinson), é de tirar o chapéu ante tanta determinação e respeito ao público, e eu mesmo tenho que admitir, não achava que ele fosse conseguir realizar uma apresentação à sua altura e de seus fãs, que lotaram o Villa Park na cidade natal dos quatro – Birminghan, e entoaram a pleno pulmões as canções da banda e da carreira solo do ícone. Homenagear artistas em vida, ainda mais diante da grandeza e importância dos homenageados deve ser ressaltado e seguido por todos que amam a arte em geral. E vamos ser sinceros, sem embargo das demais formações, Black Sabbath sem Ozzy é muito bom ainda, mas não é Black Sabbath, pelo menos para mim.

Em relação ao line-up escalado para o tributo em vida, preciso ser verdadeiro e dizer que não assistir a todos, mas dos que pude conferir, destaco Steven Tyler que com impressionantes 77 anos pode entregar uma participação poderosa e vibrante, sem demonstrar o peso da idade, sobretudo quando cantou “Whole Lotta Love” do Led; Metallica foi outro destaque digno de nota; Gunsdeu sua cota de peso com um Axl conseguindo fazer uma boa performance no piano com a balada “It’s Allright”, já com “Never Say Die”, cometeu deslizes (a voz ta cada vez mais sumindo), não chegando a comprometer, mas a banda esteve impecável , com uma boa surpresa do novo baterista. Muito bom; gostei muito de uma superbandacomposta pelo virtuoso e ex-membro da carreira solo de Ozzy, “Jake E. Lee”, “Nuno Betencourt” (muito Top e ex-guitarrista do Extreme), “Rudy Sarzo” no baixo, outro que já tocou com o astro, “Mike Bordin” na batera, também ex-integrante e a espetacular vocalista da banda “Halestorm”, “Izzy Hale”,com uma apresentação da canção maravilhosa “The Ultimate Sin”, onde se percebetoda presença e potência de seus vocais, depois ainda fez outra canção do Ozzy “Perry Mason”, com sua banda.Muito irada! ; outra bela participação foi do “Ghost”, cantando “Bark at the Moon”. Mas o evento teve muita gente boa como “Pantera”, “Anthrax”, “Gojira”, “ZackWild”, o próprio Morello, e como deixar de citar o autêntico roqueiro e ator “Jack Black”, que prestou uma baita homenagem a Ozzy, apresentando um clipe “envelhecido” nos moldes em que fora lançado à época de “Mr Crowley”, mesmo figurino e instrumentos usados no clipe original, com direito ao acompanhamento deadolescentes, dentre eles o filho de Morello na guitarra – uma clara referência ao filme de Black: “Escola do Rock”. Bela homenagem.
E como esquecer a participação dos homenageados? Para mim todos, inclusive Ozzy, fizeram uma puta apresentação, levando os fãs ao êxtase.
Só posso aplaudir de pé essa merecida, pertinente, inesquecível, poderosa... não tenho nem mais palavras para descrever um evento deste tamanho e de sua total pertinência; e com certeza da alegria, comprometimento, reconhecimento, despreendimento e idolatria mesmo, entre todos que participaram do show. Para mim foi muito foda!! Aos que tocaram e aos que assistiram puderam ver o epílogo de uma história marcante sendo finalizada com chave de ouro. Let me see you fucking hands!!!
GODOY SABBATH OZZY
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