O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio de sua Superintendência em Alagoas, destinou nesta quinta-feira (17) 19 papagaios-do-mangue (Amazona amazonica) ao Instituto de Preservação da Mata Atlântica (IPMA). As aves passaram por tratamento e reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Alagoas, unidade sob gestão compartilhada entre o Ibama e o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL).

A iniciativa integra o Plano Estadual de Conservação dos Papagaios da Mata Atlântica, que visa a reintrodução de aves silvestres em fragmentos florestais estratégicos do estado. Os animais serão submetidos agora a protocolos de aclimatação e pré-soltura pelo IPMA, com vistas à sua reintrodução definitiva em áreas prioritárias da Mata Atlântica alagoana.

O Cetas de Alagoas é uma das unidades do Ibama responsáveis pelo recebimento, triagem, atendimento clínico e destinação de animais silvestres, desempenhando papel fundamental na reabilitação da fauna apreendida, resgatada ou entregue voluntariamente. No caso dos papagaios-do-mangue, a equipe técnica composta por biólogos e médicos-veterinários realizou avaliação clínica, comportamento alimentar e manejo prévio à soltura, garantindo a aptidão dos indivíduos destinados ao projeto.

A operação é resultado de articulação institucional entre Ibama, IMA, IPMA, Ministério Público de Alagoas (MPAL), Usina Caeté e Usina Coruripe, além de contar com apoio de órgãos federais e estaduais voltados à conservação da biodiversidade.

A ação complementa os esforços já desenvolvidos no estado com o papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha), espécie endêmica da Mata Atlântica também beneficiada por programas de reintrodução. A meta é ampliar a presença dessas aves em áreas de floresta secundária e corredores ecológicos, contribuindo para a regeneração de ecossistemas e o aumento da conectividade entre fragmentos.

Segundo o superintendente do Ibama em Alagoas, Rivaldo Couto dos Santos Junior, a iniciativa consolida um modelo bem-sucedido de cooperação ambiental:

“Essa articulação interinstitucional fortalece não só a reabilitação da fauna silvestre, como também a recomposição das populações naturais em áreas prioritárias da Mata Atlântica alagoana. A reintrodução do papagaio-do-mangue e do papagaio-chauá traz ganhos ecológicos valiosos, sobretudo na regeneração florestal, na dispersão de sementes e na manutenção da diversidade funcional dos ecossistemas costeiros”, afirmou.

O Ibama também articula com a Diretoria de Biodiversidade e Florestas (DBFLO) e com outros Cetas do país para encaminhar a Alagoas mais indivíduos da espécie, ampliando o plantel para reintrodução.

A ação está alinhada às diretrizes do Programa Nacional Pró‑Manguezais, lançado pelo Governo Federal, e ao Programa Estadual Pró‑Manguezais de Alagoas. Ambos os programas priorizam a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas de manguezal e áreas úmidas costeiras, reforçando a importância da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos associados a essas regiões.