A guerra política em Palmeira dos Índios ganhou novos contornos explosivos. O vereador Helenildo Ribeiro Neto e seu pai, o ex-prefeito James Ribeiro, parecem determinados a arrastar a Câmara de Vereadores e, de quebra, colocar em xeque a estabilidade de outros legislativos municipais em Alagoas. Ao lado de aliados, como Fabiano Gomes e Ronaldo Raimundo, os Ribeiros insistem em anular o processo eleitoral da Mesa Diretora da Câmara local, num movimento que soa mais como vingança política do que defesa da legalidade.

O clima esquentou de vez após um episódio nada republicano: James Ribeiro teria protagonizado uma cena constrangedora ao ameaçar e ofender o atual presidente da Câmara, Madson Monteiro, e outros parlamentares em um estabelecimento comercial da cidade. As atitudes do ex-prefeito beiram o autoritarismo e mancham o debate público com agressões verbais,  demonstrando claramente que não aceita o resultado democrático quando este não lhe é conveniente.

Mas o problema está longe de ser apenas local. A possibilidade de anulação da eleição da Mesa Diretora pela força do Ministério Público acende o alerta vermelho em todas as Câmaras Municipais de Alagoas. Se essa decisão for confirmada, abrirá um precedente perigoso pois qualquer grupo político, insatisfeito com a composição da Mesa, poderá judicializar o processo, ainda que ele tenha seguido todos os ritos legais e regimentais.

Onde estão os demais vereadores do estado? O silêncio dos parlamentares alagoanos diante dessa manobra tem sido ensurdecedor. A omissão pode sair cara. Afinal, se o MP invalidar uma eleição legítima em Palmeira dos Índios, nenhuma Câmara Municipal estará a salvo de pressões políticas e articulações rasteiras.