Em meio à dor de perder entes queridos, Arrison Luan Galvão, filho do sargento aposentado da Polícia Militar Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, que foi morto pelo cunhado no último sábado (7), no bairro do Prado, falou sobre os comportamentos abusivos de Pedro Silva, de 58 anos, e sobre a atual relação com a família.

Em entrevista à TV Pajuçara, Arrison contou que o histórico de agressões de Pedro Silva é longo e teve início ainda na época em que ele morava em Palmeira dos Índios. Segundo ele, uma das esposas do militar chegou a levar um tiro na perna.

“Eu gostaria que algum profissional da saúde dissesse se existe um surto psicótico que dura 50 anos, que é a idade dele. Esse histórico de agressão, de bater na esposa, vem desde sempre. Já houve muitos episódios horríveis lá em Palmeira dos Índios. Ele chegou a cortar o cabelo da esposa no meio da rua. Sempre foi agressivo — desde os tempos de namoro até os casamentos”, relatou.

Sobre o dia do crime, o filho do sargento Galvão conta que Pedro Silva chegou à residência da família após uma pessoa ter ido buscar os filhos, de três e dez anos. Ao retornar para devolver as crianças, trouxe Pedro junto.

Arrison afirma que seu pai, que não costumava se envolver em confusões, não gostava da presença do cunhado na casa da família. Segundo ele, o sargento ainda tentou conter Pedro, mas ele entrou na residência com as crianças. “Ele tentou proteger a família, tentou controlar a situação. Dizia: ‘Não faça isso, não faça isso.’ Mas ele já estava decidido. Já tinha tudo premeditado.”

O filho ainda explica que sua mãe e a tia conseguiram correr e se trancar em um quarto com uma janela voltada para a cozinha. No entanto, Pedro Silva tentou quebrar a janela para entrar. Neste momento, passou a usar os filhos como forma de chantagem contra as mulheres.“Ele começou a cortar o cabelo deles e passou a faca no braço do próprio filho. A criança não entendia o que estava acontecendo”, relatou.

 

Relembre o caso

Um crime brutal abalou Maceió na noite do último sábado (7). Pedro Silva, de 58 anos, fugiu da custódia da Polícia Militar, onde estava preso por violência doméstica, e horas depois sequestrou familiares da ex-companheira no bairro do Prado. 

Durante a ação, ele assassinou o cunhado, o sargento aposentado Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, e o próprio filho, Pierre Victor, de 10 anos. Pedro também morreu após confronto com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).