O empresário Cristófanes de Melo Batista, de 50 anos, quase perdeu a sua vida, de repente, durante o trabalho. Ele seguia a sua rotina quando uma forte dor de cabeça o fez desmaiar. Ao acordar, percebeu que não tinha forças para levantar. Um vizinho o acudiu e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que rapidamente transportou o trabalhador para o Hospital Metropolitano de Alagoas e, em seguida, ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde teve a vida salva, após ser tratado de uma trombose e de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.
Apesar de não consumir bebida alcoólica e não fumar, Cristófanes reconhece que vacilou com a própria saúde quando fugiu das atividades físicas, das consultas com o médico e da dieta balanceada. Mas, hoje, com a sua vida salva pelo maior hospital público da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), ele se compromete a mudar os seus hábitos e a priorizar-se.
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“Sempre me pediram para fazer um check-up, para ver como estava a minha saúde, mas eu nunca quis fazer. Meu filho pediu para eu ir à academia, eu estava muito pesado, mais de 120 kg, e não fui. Até que eu comecei a sentir dores de cabeça, chegando na nuca, e, ainda assim, não me preocupei em saber o que era. O resultado foi esse: Um AVC. A minha salvação foi Deus e seus anjos, representados pelos profissionais aqui do HGE”, lembrou o pai de família.
Trombólise
O neurologista Gustavo Souto explica que foi necessária a realização de uma trombólise, técnica utilizada para dissolver um coágulo dentro de um vaso sanguíneo, no Hospital Metropolitano de Alagoas, pois o paciente estava no Benedito Bentes e não havia tempo para o deslocamento até a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, no Trapiche da Barra.
“Depois veio para o HGE, para o Serviço de Hemodinâmica, onde foi feita a trombectomia mecânica [procedimento cirúrgico endovascular que visa desobstruir artérias cerebrais obstruídas por coágulos]. Ele, no entanto, sofreu complicações e precisou ficar entubado, sedado, na Unidade de AVC”, recordou o especialista do HGE.
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Diferencial no HGE
Com a assistência multidisciplinar na Unidade de AVC, o paciente reagiu e o seu quadro clínico melhorou. Fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas iniciaram terapias de reabilitação para recuperação de movimentos, inclusive a deglutição. Hoje, o paciente consegue se comunicar, respira espontaneamente, possui sequelas mínimas e tem previsão de alta hospitalar nos próximos dias.
“Ele recebeu todos os tratamentos que precisou. Por isso, precisamos agradecer a toda equipe por tudo o que ele teve aqui. Se não fosse o HGE, o meu marido não estava vivo. Eu agradeço a Deus, primeiramente, mas, segundamente, a esse hospital por ter dado ao meu esposo a oportunidade de ter uma nova vida”, declarou Claudia do Nascimento, esposa de Cristófanes.
Matheus Batista, de 26 anos, um dos filhos do paciente, relatou que ninguém da família sofreu um AVC, então eles não sabiam o que fazer para prevenir e socorrer o pai. Desse modo, a chegada rápida do Samu foi decisiva para evitar o óbito no próprio local de trabalho. Ele também lembra que, quando viu pela primeira vez o seu herói no leito do HGE, chegou a desacreditar na recuperação, mas os profissionais que acolheram a sua família sempre demonstraram confiança.
“Eu agradeço a todos que cuidaram do meu pai. Eu acredito que não cai uma folha da árvore sem a vontade de Deus. Se isso aconteceu com o meu pai foi para um aprendizado maior. Ele teve um AVC e um milagre aconteceu aqui. Temos ciência disso”, disse o filho, emocionado.
O que fazer em caso de AVC
Os sintomas do AVC podem variar, mas os mais comuns incluem fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade em falar ou entender, alterações na visão, perda de equilíbrio ou coordenação, e dor de cabeça intensa e repentina. No surgimento de qualquer um desses sintomas, a ação imediata deve ser procurar o atendimento médico especializado mais próximo.
O Programa AVC Dá Sinais foi criado em agosto de 2021 pela Sesau e já beneficiou milhares de alagoanos. Por meio de um aplicativo de telemedicina, o diagnóstico é agilizado, bem como a transferência até a unidade especializada para o tratamento. A descentralização do atendimento representa um avanço na saúde pública e, principalmente, a oportunidade de que mais vidas sejam salvas no interior do Estado.