Considerado por diversos especialistas como o mais importante evento ESG do país, o V FBGA - Fórum Brasil de Gestão Ambiental, tem o alagoano Marcos Cavalcanti como um dos palestrantes. Especialista em mercado de carbono, o advogado e ambientalista apresentou as oportunidades para os municípios, através da transformação de desafios em soluções sustentáveis.
O V FBGA reúne os principais atores do ecossistema socioambiental com abordando temas como mudanças climáticas, mercado de carbono, erradicação da pobreza, equidade de gênero, e muito mais.
Marcos Cavalcanti mostrou que é nas cidades que se produz a maior parte das emissões de gases de efeito estufa por diversos fatores: densidade populacional, processos de industrialização, transportes etc. E é justamente por este motivo que possuem um enorme potencial de se tornarem protagonistas na geração e comercialização de créditos de carbono. Cada crédito significa uma tonelada de CO2e (gás carbônico equivalente) que deixou de ser emitida ou que foi removida da atmosfera. Uma vez certificado, é ativo comercializável.
Diversas atividades que estão sob a área de competência dos municípios são altas emissoras de CO2e. Desta forma, as cidades podem adotar estratégias para o enfrentamento das mudanças climáticas e, a partir destas produzir os créditos. Casos de sucesso no Brasil são exemplos práticos como a substituição da iluminação pública por lâmpadas de LED, automação de luminárias através de sensores solares ou de presença, sistemas de gerenciamento identifiquem de problemas nas luminárias em tempo real, painéis solares nos prédios públicos, geradores de energia limpa/renovável. Aracaju/SE e Feira de Santana/BA são bons exemplos disto. Somadas, estas Cidades reduzirão cerca de 9.200 tCO2e/anual de suas emissões e gerarão créditos de carbono. Aracaju/SE reduziu seus gastos com iluminação pública em 70%.
Quando se fala em transporte, o abastecimento movido a álcool ou a eletricidade adoção de ônibus elétricos ou a utilização de biometano gerado no próprio aterro sanitário municipal. Em Florianópolis/SC, a substituição de 25% dos ônibus por veículos elétricos e 75% por veículos movidos a biometano reduzirá as emissões em mais de 50.000 tCO2e/anual e gerará créditos de carbono.
Os exemplos também estão na gestão de resíduos, diz o ambientalista, na conservação e reflorestamento e em vários outros setores. Além de contribuírem para a preservação ambiental, as cidades que geram créditos de carbono também colhem benefícios financeiros significativos. Os municípios têm uma avalanche de possibilidades de projetos dedicados a geração de créditos de carbono.
Ele acredita que através dos debates em eventos nacionais importantes, como o V FBGA , os municípios vão começar a se capacitar para ter acesso a novas formas de recursos , ao tempo em que iniciam a transformação necessária para combater as mudanças climáticas que têm afetado diretamente a eles.