Sabe-se, desde sempre, que as manifestações de policiais, civis ou militares, reivindicando melhorias salariais são as mais tensas.
Mas creio que o estranhamento ontem entre agentes da PC e militares na porta da PGE demonstra, mais do que qualquer coisa, a falta de hábito do governo estadual, desde o governo Renan Filho, de se deparar com a cobrança de sindicalistas.
Os motivos são vários, a começar pelo esvaziamento dos sindicatos, o que ocorre em todo o Brasil.
Dantas e equipe, no entanto, precisam entender – mais do que aceitar – que isso faz parte do jogo democrático, com o qual Ronaldo Lessa e Teotônio Vilela tiveram que lidar.
É verdade que os citados têm histórico de lutas dentro e pela democracia, diferentemente de Dantas, criado politicamente numa Região em que o “bom cabrito não berra”.
Ressalte-se: a campanha salarial dos policiais civis está nas ruas já há um bom tempo, reivindicando o pagamento de salários que contemplem a carga horária cumprida por eles.
Em geral, eles sabem que quem ganha bem é quem é policial cedido a algum gabinete.
E não há, para os trabalhadores, conquista com a mão que só pede.
Reivindicação exige mobilização e volta altiva.