Uma decisão da juíza Mylena Rios Camardella da Silveira, da 1ª Vara de Santana do Ipanema, anulou a eleição antecipada da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Olivença para o segundo biênio (2027/2028). O município está localizado no Sertão de Alagoas.

A magistrada considerou a eleição uma afronta à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e destacou a inconstitucionalidade do artigo 12, § 2º, do Regimento Interno da Câmara de Olivença, que embasava a antecipação. “Verifica-se que referido dispositivo mostra-se inconstitucional”, afirmou na sentença.

A eleição anulada foi articulada por aliados do prefeito Josimar Dionísio (MDB), conhecido como “Jó”, e resultou na escolha do vereador Genival Dionísio Barbosa Neto, o “Valzinho do Jeci”, para voltar à presidência do Legislativo. Ele é irmão do prefeito e atualmente é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal por supostamente liderar um esquema de pagamento de propinas a vereadores, com o objetivo de enfraquecer a oposição.

A decisão judicial frustra o grupo político do prefeito, que havia afirmado publicamente que “não acreditava na derrubada” da reeleição de Valzinho para comandar a Câmara no último ano do mandato de Jó.

Atualmente, a presidência do Legislativo de Olivença está sob o comando de Ronny Afonso (PSB), o vereador mais votado nas eleições de 2024, com 1.008 votos. Já Valzinho do Jeci foi reeleito com 804 votos.

A nova eleição para a composição da Mesa Diretora da Câmara será realizada em 2026, conforme determina a legislação. A decisão da Justiça ainda cabe recurso.

Valzinho é também o autor do projeto aprovado por unanimidade que alterou a frequência das sessões legislativas. Desde março, a Câmara passou a realizar sessões quinzenais. Segundo ele, a medida foi pensada para que “os vereadores estejam mais próximos do seu povo”.