A denúncia foi feita em vídeo publicado nas redes sociais. O Deputado Federal Delegado Fabio Costa voltou suas atenções a contratos firmados pelo governo de Alagoas com empresas que estão ligadas à tia e à mãe de Nubia, esposa de Nem Catenga — figura central do tráfico de drogas e identificado pela Secretaria de Segurança Pública como o principal nome do Comando Vermelho no estado.
Segundo apurou o parlamentar, foram empenhados mais de 100 milhões de reais a essas empresas. Os dados constam do Portal da Transparência de Alagoas através de pagamentos realizados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (ARSAL) e por órgãos que integram a estrutura da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP). Só os órgãos integrantes da SSP respondem por mais de R$ 80 milhões desse total — valor que chama atenção por partir justamente do órgão responsável pelo combate ao crime organizado.
“Mais de cem milhões de reais. Dinheiro do povo alagoano que foi parar nas mãos de empresas ligadas à família de uma mulher casada com um dos maiores criminosos do Brasil”, afirmou Costa, que anunciou o envio de ofício ao governo do estado, solicitando esclarecimentos sobre os critérios de contratação e prestação dos serviços.
Nem Catenga é um nome conhecido entre as forças de segurança. Com extensa ficha criminal, é apontado pelas autoridades como chefe do Comando Vermelho em Alagoas, facção originada nas penitenciárias do Rio de Janeiro nos anos 1970 e hoje espalhada por praticamente todo o país. O CV atua com tráfico de drogas, armas, extorsão e assassinatos — muitas vezes impondo sua autoridade sobre comunidades inteiras.
Para Fabio Costa, no entanto, a situação exige transparência urgente. “Não podemos naturalizar o fato de que verbas públicas possam estar alimentando estruturas empresariais associadas, ainda que indiretamente, ao crime organizado. O mínimo que se espera do Estado é que verifique a fundo com quem está contratando", destacou o parlamentar.