O advogado Gilmar Torres, que representa a família do adolescente Gabriel Lincon Pereira da Silva, informou nesta terça-feira (13) que protocolou um pedido para a realização de uma reprodução simulada dos fatos que resultaram na morte do jovem durante uma perseguição policial, em 3 de maio, no município de Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Gazeta FM Arapiraca.
O pedido foi encaminhado ao delegado João Paulo Canuto, titular da Delegacia de Homicídios, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias da ação policial que terminou com a morte do adolescente de 16 anos.
Segundo o advogado, as imagens divulgadas até o momento mostram apenas parte da abordagem, desde o início da perseguição até o instante em que a viatura da polícia intercepta o veículo em que Gabriel estava, provocando sua queda na calçada.
“Protocolei junto ao delegado um requerimento pedindo que seja marcada a reprodução simulada do caso o mais rápido possível. Isso vai trazer luz aos fatos. A imagem que temos mostra quando a viatura da polícia o fecha, levando-o a tombar na calçada e, em seguida, o disparo fatal. Essa reprodução é de suma importância porque várias dúvidas serão sanadas”, declarou Torres.
O advogado destacou ainda que o vídeo não mostra o momento exato do disparo e que a família de Gabriel busca respostas sobre o caso.
O caso
Gabriel Lincoln foi baleado durante uma ação da Polícia Militar (PM) no bairro Vila Maria, em Palmeira dos Índios, no dia 3 de maio. Segundo relatos iniciais, ele teria sido atingido por um disparo efetuado por agentes durante a perseguição.
A família nega que ele estivesse armado e acusa os policiais de uso excessivo da força. Por sua vez, segundo a versão da PM, o adolescente estaria "empinando" a motocicleta e avançou um sinal vermelho, momento em que foi dado ordem de parada. Ele não teria obedecido e, ainda de acordo com os policiais, disparou contra a guarnição.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil (PC).