A causa da morte de uma adolescente, cujo corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição no bairro de Guaxuma, em Maceió, está sendo investigada pelo Laboratório de Química e Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística. Amostras do conteúdo estomacal, coletadas durante o exame cadavérico no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, foram encaminhadas para análise com o objetivo de verificar a hipótese de envenenamento. A suspeita surgiu após a necropsia não apontar sinais de violência, como lesões por arma branca ou de fogo.
Paralelamente à investigação da causa da morte, a Polícia Científica confirmou nesta terça-feira (06) que, diante das dificuldades enfrentadas na identificação do corpo por meio de necropapiloscopia (análise das digitais) e da arcada dentária, será realizado um exame de DNA. Amostras biológicas da vítima, de uma mulher que seria a mãe da adolescente e de uma suposta irmã foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió.
De acordo com o perito criminal Clisney Omena, responsável pelo exame, o estado de decomposição do cadáver exige um método mais complexo e demorado de extração de DNA. “Essas amostras vão ficar incubadas em EDTA por cinco dias, para desmineralizar os ossos. Só então será iniciado o processo de extração e as demais etapas até a eletroforese, que é a etapa final em que se obtém o perfil genético”, explicou.
O tempo estimado para conclusão do processo e emissão do laudo é de, no mínimo, 15 dias.
O corpo foi encontrado dentro de uma fossa fria e úmida, o que provocou um processo conhecido na medicina legal como saponificação — uma forma rara de conservação do corpo que ocorre em ambientes com umidade e baixa temperatura. Esse estado comprometeu a identificação pelas digitais e pela antropologia forense. Já a tentativa de identificação pela arcada dentária foi prejudicada pela falta de elementos suficientes nos documentos odontológicos apresentados pela família.
*Com assessoria