A Câmara Municipal de Maceió promulgou, nesta semana, a Lei nº 7.656/2025, que autoriza a criação do Centro Manu Omena de Valorização da Vida — o primeiro equipamento público da América Latina dedicado exclusivamente à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. A iniciativa coloca Maceió na vanguarda do cuidado emocional com uma estrutura inédita no poder público.

 

A proposta é de autoria da ex-vereadora Gaby Ronalsa, e foi aprovada na legislatura anterior. A pauta voltou à cena com força graças ao empenho do vereador Jônatas Omena, que assumiu a causa e conduziu a articulação política para sua promulgação.

 

“Essa lei é um marco civilizatório. Não estamos falando apenas de estrutura, mas de cuidado com vidas que, muitas vezes, são invisíveis ao poder público. Maceió dá um passo histórico ao reconhecer que saúde mental é prioridade”, destacou o vereador.

 

O Centro Manu Omena oferecerá atendimento multidisciplinar com psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, educadores e outros profissionais da área. A estrutura incluirá ainda: um setor de notificações à Secretaria Municipal de Saúde, essencial para o enfrentamento à subnotificação de tentativas e mortes por suicídio e uma ala específica para acolhimento de crianças e adolescentes, em conformidade com a legislação municipal.

 

A criação do centro representa uma inovação sem precedentes. “Após busca minuciosa, confirmamos que não há registro de um Centro de Valorização da Vida público em toda a América Latina. Existem iniciativas privadas essenciais, como o CVV, mas nenhuma estrutura estatal com essa configuração”, reforçou Jônatas Omena.

 

Além de ser um avanço na política pública, o projeto carrega um significado profundamente pessoal. O centro leva o nome de Manu Omena, jovem cuja história inspirou a lei. Seu pai, Joanísio Omena, emocionou-se ao falar sobre a homenagem. “Ver o nome da minha filha, ligado a uma iniciativa que pode salvar tantas outras vidas, é uma dor que se transforma em missão.

Que esse centro seja um farol para quem vive na escuridão", ressaltou.

 

Com a lei agora promulgada, a prioridade passa a ser sua implementação. “Cada dia sem esse equipamento funcionando é um dia de risco. E não aceitaremos mais perder vidas que poderiam ser salvas”, concluiu Jônatas Omena.