O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) acusou o ex-presidente da Câmara, o alagoano Arthur Lira (PP), de estar por trás da sua cassação pelo Conselho de Ética. O mandato do deputado foi cassado por 13 votos a 5 na noite desta quarta-feira (9). Ele anunciou greve de fome e disse que não vai deixar o prédio da Câmara até o final do processo.

Segundo Braga, todo o processo de cassação trata-se de uma vingança de Arthur Lira, por ele ter denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) as chamadas "emendas de líder" de mais de R$ 4 bilhões, que seria um novo formato de orçamento secreto. 

A denúncia feita por Glauber levou o ministro Flávio Dino a suspender o pagamento das emendas no final do ano passado. 

Glauber disse que o atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) cedeu à pressão de Lira, e retardou o início da ordem do dia no plenário para que não fosse interrompida a sessão do Conselho de Ética até que se desse a votação do parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). 

Em entrevista à imprensa, o deputado disse também não se arrepender de ter colocado para fora da Câmara, a pontapés, um membro do Movimento Brasil Livre (MBL). Foi essa atitude que o levou ao Conselho de Ética. 

Não me arrependo porque como que eu me sentiria se não tivesse defendido a honra da minha mãe em vida. Ela faleceu alguns dias depois. Agora, ao mesmo tempo, essa foi a desculpa que eles utilizaram para dar prosseguimento a esse processo. Mas se não fosse isso, utilizariam outra e dariam manutenção a essa máquina de provocação", disse Braga.

Ao finalizar a entrevista, o deputado do Psol afirmou que não sairá mais do prédio da Câmara dos Deputados até o fim do processo. Glauber também anunciou que fará greve de fome e irá "até as últimas consequências".