Os veterinários da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Maceió (UVZ) estão realizando a vacinação de cães e gatos a domicílio nos bairros de Mangabeiras, Cruz das Almas e Jatiúca. A ação emergencial foi iniciada após a confirmação da morte de um morcego com raiva na região. O serviço se encerra nesta quarta-feira, 26.
Segundo Rael Almeida, veterinário da UVZ, a equipe foi acionada após um casal que mora no bairro de Mangabeiras relatar a presença de um morcego morto no quintal de sua residência. O animal foi coletado e enviado para análise no Laboratório Central do Estado, que posteriormente encaminhou a amostra ao Lacen da Bahia. "Tivemos acesso ao laudo que confirmou a presença do vírus da raiva por meio de duas provas: imunofluorescência e PCR", explicou Rael.
Com o resultado positivo, o Ministério da Saúde determina a criação de um perímetro de bloqueio na área, visando conter a disseminação do vírus. "Esse bloqueio é realizado por meio da vacinação em massa de cães e gatos, independentemente da situação vacinal dos animais", destacou o veterinário.
Há mais de uma semana, a equipe da UVZ está percorrendo as áreas afetadas para imunizar os animais de porta em porta. Até o momento, cerca de 500 cães e gatos foram vacinados, mas o número poderia ser maior. "Fizemos questão de bater de porta em porta, mas encontramos dificuldades, como residências fechadas, moradores que não atenderam e outros que recusaram a vacinação sob a alegação de que seus animais já estavam imunizados. Explicamos que não se tratava apenas de uma vacinação comum, mas de um bloqueio sanitário, e ainda assim houve recusas", relatou Rael.
Sinais de alerta e medidas de precaução
Rael Almeida também orientou a população a ficar atenta a sinais que podem indicar que um animal está infectado pelo vírus da raiva. Mudanças abruptas de comportamento, apatia, agressividade, andar em círculos, ataques inesperados, uivos constantes, salivação excessiva, medo de luz e recusa de alimentação são alguns dos sintomas. Caso algum desses sinais seja identificado, a UVZ deve ser acionada imediatamente para que uma equipe especializada avalie a situação.
Quanto aos dois cães que vivem na casa onde o morcego foi encontrado, Rael informou que eles serão monitorados por seis meses. "Os animais serão visitados semanalmente e um veterinário emitirá um laudo que será encaminhado à UVZ. Após 180 dias sem manifestações da doença, o caso será encerrado conforme protocolo do Ministério da Saúde", explicou.
Apesar do caso confirmado, o veterinário reforçou a importância de não gerar pânico entre os moradores. "As pessoas não devem pensar que todos os morcegos da cidade estão infectados. Esses animais desempenham um papel ecológico fundamental. Nosso trabalho é garantir a segurança da população sem comprometer o equilíbrio natural", concluiu.
Para mais informações ou para acionar o serviço, a UVZ está disponível pelo WhatsApp: (82) 98882-8240.

A ação conta também com o trabalho de Juliano Sarmento Macedo responsável técnico Centro de Zoonoses e Pedro Augusto Martins Costa académico de medicina veterinária do Cesmac.