O relacionamento de dez anos da mulher, que teve a casa invadida pelo ex-companheiro na última quinta-feira (20), havia terminado semanas antes, após episódios de ameaças e agressões. O caso ocorreu em Ipioca, em Maceió.
Desde a separação, o homem alternava entre mensagens de ódio e tentativas de reatar, comportamento que deixou a vítima temerosa nos dias que antecederam o ataque.
Em entrevista à TV Pajuçara, a mulher relatou que acredita que poderia ter morrido sem que ninguém jamais soubesse a causa, já que, pela forma como o ex-companheiro agia, seus familiares dificilmente desconfiariam de algo colocado na comida ou na água da casa.
Ela afirmou ter passado a acreditar que já vinha sendo envenenada sem perceber.
Mesmo após obter uma medida protetiva e o afastamento determinado pela Justiça, o homem continuava a persegui-la e a invadir sua residência durante o dia, sempre em momentos em que ela não estava presente.
Cerca de uma semana após se mudar para o local, a mulher passou mal de forma súbita.
Em um dos dias, ao chegar em casa e beber um copo de água da geladeira, sentiu um sabor estranho. Como havia bananas guardadas ali, imaginou inicialmente que algum produto usado na fruta pudesse ter contaminado a água ou que algum alimento do almoço pudesse ter causado o gosto incomum.
Poucos minutos depois, ela começou a sentir tontura e precisou pedir ajuda a uma familiar. Foi levada a uma unidade de saúde, onde a médica suspeitou de gastroenterite, sem ter conhecimento da possibilidade de envenenamento que agora está sob investigação.
Os sintomas apareceram de forma muito rápida, como tontura e tremores, e desapareceram com a mesma velocidade após a administração de soro e medicação.
Segundo a vítima, a rapidez com que adoeceu e melhorou chamou sua atenção e reforçou suas suspeitas sobre o que estava acontecendo.
Na última vez em que o homem entrou na casa sem permissão, a presença dele foi registrada pela câmera de segurança e ele acabou sendo abordado pela vizinha na saída, que é a atual proprietária do imóvel ocupado pela mulher.
Naquele dia, enquanto estava no trabalho, a câmera enviou uma notificação alertando sobre a presença de alguém na casa.
Ao abrir o aplicativo, ela percebeu a imagem do ex-companheiro dentro do imóvel e imediatamente acionou a Patrulha da Penha, com quem já havia contato anteriormente devido à medida protetiva.
Preocupada com a possibilidade de ele sair antes da chegada da polícia, avisou também a proprietária do imóvel sobre a situação.
A mulher já havia trocado a fechadura da casa por precaução e colocado um cadeado para aumentar a segurança, mas essas medidas não impediram o ex de continuar invadindo o local.
Ela percebeu sinais de sua presença, como alterações nos objetos e alimentos com cheiro diferente.
Em um episódio, ao voltar do trabalho, notou que uma das garrafinhas de água que havia deixado na geladeira havia desaparecido, o que acendeu o alerta de que ele poderia estar entrando na casa.
Mesmo sabendo que ele possuía uma cópia da chave, ela acreditava que o cadeado dificultaria uma invasão aberta, tornando qualquer tentativa visível e arriscada demais para ele.
Foto de Capa: Reprodução










