(Atualizada às 17h30)

Uma mãe denuncia que, no dia 8 de março, foi supostamente forçada a realizar um parto normal sem a presença de um médico no Hospital e Maternidade Santo Antônio, no Centro de Maceió, apesar dos alertas sobre os riscos de sua gestação.

A mãe, Mariana Pereira dos Santos, estava grávida de uma bebê que pesava cerca de 4 kg e já havia enfrentado dificuldades durante o período gestacional. Apesar dos receios da família sobre a viabilidade do parto normal e pedidos para a realização de uma cesariana, a equipe de enfermagem insistiu na realização do procedimento.

Durante o parto, que ocorreu sem acompanhamento de um médico, a mãe começou a apresentar sangramento intenso. Somente nesse momento, as enfermeiras entraram em contato com o médico de plantão, que não atendeu às chamadas repetidas vezes.

Após dificuldades no procedimento, a bebê nasceu sem vida, e o médico chegou ao hospital somente nesse momento, tentando reanimar a criança, mas sem sucesso. Ele se desculpou com a família e afirmou que não havia sido informado sobre o tamanho do bebê e as complicações do parto.

“A família está completamente devastada. O que deveria ser um momento de alegria e celebração se transformou em uma dor insuportável e irreparável. A mãe, que carregou sua bebê por meses com amor e expectativa, agora enfrenta um vazio impossível de descrever. O pai, impotente diante do descaso e da negligência, sente a dor de não ter conseguido proteger sua família”, disse Anderson Bruno, advogado da família.  

Os pais do bebê afirmam que irão acionar a Justiça contra a unidade hospitalar e o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) para que as devidas providências sejam tomadas. Além disso, pretendem registrar o caso na polícia.

Eles criaram uma vaquinha para pedir ajuda, pois gastaram todas as economias na compra do enxoval da filha, que infelizmente faleceu. Quem quiser contribuir pode fazer isso pelo link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-para-familia-que-perdeu-bebe.

Em nota, o Hospital e Maternidade Santo Antônio informou que a paciente foi admitida em trabalho de parto, recebendo assistência obstétrica e hospitalar. Apesar dos esforços despendidos pela equipe, lamentavelmente, o resultado não foi satisfatório. Veja pronunciamento na íntegra abaixo:

"O Hospital Geral Santo Antonio se manifesta publicamente para esclarecer sobre a divulgação de informações relacionadas ao óbito fetal que ocorreu nas instalações deste nosocômio após a realização de um parto normal. A paciente foi admitida em trabalho de parto nesta unidade, recebendo assistência obstétrica e hospitalar. Apesar dos esforços despendidos pela equipe, lamentavelmente, o resultado não foi satisfatório.

É imprescindível esclarecer que a afirmação de que não havia médico presente na unidade de saúde no momento do procedimento da paciente é infundada.

Enfatizamos que, em conformidade com a legislação vigente, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o Código de Ética Médica e a Constituição Federal, estamos legalmente impedidos de divulgar informações contidas no prontuário médico da paciente. Tal restrição visa assegurar a privacidade e confidencialidade, que são fundamentos essenciais para a proteção dos direitos dos pacientes.

Informamos que a Comissão de Óbito do hospital está conduzindo uma análise minuciosa do caso, em consonância com os protocolos estabelecidos, visando garantir transparência e contínuo aprimoramento na assistência prestada. A instituição se coloca à disposição para colaborar com as autoridades competentes e confia plenamente que a investigação esclarecerá os fatos com total transparência.

Reafirmamos nosso compromisso com a ética, humanização no cuidado e respeito à dor dos familiares neste momento difícil.

Maceió/AL, 13 de março de 2025

Diretoria do Hospital Geral Santo Antonio"