A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – gestora da Agência Brasil – pretende gastar pelo menos 900 mil reais com a concessão de um ‘vale cultura’ de 50 reais por mês para cada um de seus 1,5 mil servidores.
Segundo o processo licitatório, que acontecerá no próximo dia 19 de março, o ‘vale-cultura’ é uma determinação do Programa de Cultura do Trabalhador em consonância com acordo coletivo de trabalho firmado ao longo do ano passado.
“As empresas que optarem pelo Programa, além de prestarem importante papel na formação cultural de seus empregados, concederão meios para o exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura”, informa a EBC no edital.
O vale-cultura será concedido por meio de um cartão magnético e poderá ser utilizado na compra de livros, jornais, revistas ou obtenção de ingressos para teatros, cinemas ou cursos autorizados pela EBC e até mesmo para o pagamento de serviços de streaming, como Netflix, Disney Plus e Spotfy.. O valor do vale-cultura é cumulativo. Ou seja: ao final de cada ano, o funcionário da EBC pode receber até 600 reais pelo benefício.
De acordo com a licitação, a empresa que ficará responsável pelo gerenciamento do ‘vale-cultura’ precisa garantir que o benefício seja utilizado, ao menos, em 60 estabelecimentos em Brasília; outros 60 no Rio de Janeiro e outros 60 em São Paulo.
Censura na EBC?
No ano passado, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) apresentou um requerimento de informação à Secom para pedir explicações sobre denúncias de que a direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) censurou reportagens sobre a megalicitação do governo Lula de R$ 197 milhões.
Como mostramos, em 10 de julho o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu suspender o certame para a contratação de uma empresa de comunicação e gestão de redes sociais por indícios de irregularidades.
Na decisão, o ministro relator do caso, Aroldo Cedraz, afirmou que a antecipação do resultado da megalicitação por O Antagonista foi um fato de “extrema gravidade”.
A EBC, apesar de ser uma agência pública de informação, ignorou o fato. O jornal O Globo publicou informações segundo as quais houve uma determinação da direção-geral da empresa para ignorar solenemente o assunto.
