O Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT-AL) está investigando um caso denunciado por 11 trabalhadores, que são moradores do município de Penedo, em Alagoas, e que estão trabalhando em situação análoga à escravidão em uma fazenda no interior do Estado do Espírito Santo.
A denúncia foi realizada por meio de um vídeo que circula nas redes sociais onde mostra uma mulher relatando sobre as situações em que eles se encontram desde que chegaram no local para realizar a colheita de café e não aconteceu nada do que esperavam.
A cozinheira narra que o dono da fazenda está ameaçando a todos, caso eles tentem ir embora, e que o proprietário irá atrás deles com a polícia, já que possui a documentação dos trabalhadores.
“O dono da fazenda está ameaçando a gente, falando que se a gente quiser ir embora, podemos ir, mas ele está com a nossa documentação e que a qualquer momento ele vai atrás com a polícia para prender qualquer um que sair daqui.”, relatou a mulher
Além disso, ela explica sobre uma situação de dívida com o proprietário do local, que já está em quase R$ 11 mil. “Se não tem café, a gente não tem condição de pagar a dívida dele e nem de receber dinheiro. E a gente precisa comer, cada dia a dívida só aumenta”, falou a cozinheira no vídeo.
A mulher também relata que está vivendo de modo insalubre. Ainda no vídeo, é possível observar um dos homens com diversas manchas vermelhas causadas por mosquitos. As péssimas condições da água do local também são mostradas.
“A gente está cheio de caroços por conta de mosquitos. A comida, a gente tem, mas porque ele está comprando. [...] Então a gente quer sair daqui e ser resgatado, todos nós. Porque viemos todo mundo e somos da mesma cidade”, disse a cozinheira.
O Cada Minuto entrou em contato com o MPT-AL e foi informado que a situação está sendo investigada, mas não pode repassar detalhes para não atrapalhar as investigações que estão em curso. “O MPT está apurando, mas não pode repassar mais informações para não atrapalhar as investigações”.
A redação também entrou em contato com a Prefeitura de Penedo, mas até o momento ainda não obteve nota sobre o caso.
Confira o vídeo: